PREOCUPAÇÃO DO SETCARCE E DA FETRANSLOG NORDESTE

Marcelo Maranhão critica as constantes altas no preço do óleo diesel no Brasil

Por Marcelo - Em 13/10/2021 às 12:55 PM

O presidente em exercício do Setarce e diretor da Fetranslog Nordeste, Marcelo Maranhão, está preocupado com a constante alta no preço do óleo diesel, que atualmente representa entre 45% e 50% dos custos totais do setor de transporte rodoviário de cargas do Brasil. Afinal, na semana passada rompeu a barreira psicológica dos R$ 5,00 e está muito próximo do valor da gasolina.

“Há quatro anos este custo representava cerca de 35% dos custos para o nosso setor e houve uma alta muito significativa no período. Só nos últimos 12 meses foi uma alta de 54% e você não consegue repassar isso para o valor do frete, o que gera inúmeras dificuldades. Causa muitos transtornos para as pequenas empresas e caminhoneiros autônomos, que não têm nenhuma opção de negociação, é o preço cobrado na bomba. Já as grandes têm estoques, posto próprio ou convênio com distribuidoras, o que é um pouco melhor”, afirmou Maranhão.

Marcelo Maranhão diz que o setor está sufocado pela alta dos custos                Foto: Portal IN

Segundo ele, algo que onera o preço do óleo diesel é o percentual de biodiesel, que já foi reduzido de 13% para 10% a sua participação na mistura, que também traz mais custos na manutenção dos veículos, por ter água e impurezas. As entidades que representam o setor estão solicitando uma redução para 5% e acreditam que chegue a 7%. Na Argentina essa mistura é de 3%.

“Outro fator é a política de preços da Petrobras, equiparando o valor do diesel nacional, ao do mercado internacional, o que devido à alta do dólar, tem complicado a situação. Afinal, somos grandes produtores de petróleo e temos tecnologia de exploração e refino totalmente nacional. Ninguém no mundo tem tecnologia de exploração de petróleo em poços profundos como nós temos. Então, é necessário rever essa situação”.

Outro fator relevante são os impostos cobrados no Brasil. “Isso é uma guerra de titans e os estados não querem abrir mão da arrecadação. No Ceará, salvo engano, o ICMS sobre o diesel é de aproximadamente 28%, o que é sufocante para o setor. Alguns estados já anunciaram redução de alíquota, como São Paulo e Rio Grande do Sul. Para que haja uma recuperação econômica, todos precisam fazer a sua parte”, destacou o dirigente.

Algo precisa ser feito, com urgência, especialmente um consenso entre os governos estaduais e federal, no sentido de encontrar uma solução. “E ouvindo os grandes representantes do setor como CNT, NTC&Logística, caminhoneiros autônomos, pois este é um problema que impacta na vida de todos os brasileiros, principalmente dos menos favorecidos. E também se faz necessário desburocratizar o setor, pois existem muitas licenças e autorizações exigidas, atualmente, para o nosso setor trabalhar”, completou Marcelo Maranhão.

Novo desafio

Marcelo Maranhão foi eleito, este mês, para presidir a Câmara Técnica de Granéis em Silos da NTC&Logística para o biênio 2021/2023. A reunião que decidiu pelo seu nome foi realizada pela Câmara de Transporte de Granéis em Silo (CTGS), em ambiente online, e reuniu representantes do segmento de todo o Brasil.

O encontro foi conduzido pelo coordenador da câmara técnica e presidente do Setcemg, Gladstone Lobato, que explicou os pontos que seriam abordados. O presidente da NTC, Francisco Pelucio, comentou sobre o trabalho que vem sendo desenvolvido pela entidade e também da importância da CTGS.

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