Comemorando 30 anos a Galeria Multiarte apresenta mostra do artista Cícero Dias
Por Admin - Em 29/03/2017 às 10:00 AM
Em 1987 Max e Bia Perlingeiro presentearam Fortaleza com a inauguração da Galeria Multiarte. De lá pra cá, o espaço apresentou ao público 45 exposições de diversos nomes do cenário artístico nacional. Sempre acompanhadas de um catálogo ilustrado, o que hoje é uma fonte bibliográfica importante.
Além das mostras, durante esses 30 anos, promoveu palestras de grandes críticos e historiadores, com a presença de artistas e ainda, ciclos de conferências. Atualmente, a Multiarte se dedica a coordenar grupos de estudos com artistas, colecionadores, professores, alunos e arquitetos.
E, para celebrar essa trajetória, uma parceria que deu certo há mais de duas décadas, retorna neste mês de março. O artista plástico Cícero Dias estreou na Multiarte em novembro de 1995 e por ocasião das comemorações dos 110 anos de nascimento do artista, a galeria apresenta nova exposição, no mesmo formato daquela primeira que tanto encantou o artista.
Com curadoria compartilhada, texto crítico e cronologia da crítica de arte e biógrafa do artista, Angela Grando, doutora em Teoria e História da Arte pela Universidade de Paris I, Sorbonne. A cronologia apresentada teve como fonte principal sua tese de doutorado, Cícero Dias: Figuration Imaginative et Abstraction Construite (1928-1958) na qual, faz uma correção histórica da data de nascimento do artista. Erroneamente publicada como 5 de março de 1907, a partir desta publicação, comprova-se ser 5 de fevereiro de 1907, mediante sua certidão de nascimento.
As obras que compõem esta exposição, a maioria inéditas, são onze aquarelas dos anos 1920 e 1930, um desenho da década de 1930, vinte pinturas dos anos 1930 a 1980 e dez litografias que constituem a Suíte Pernambucana, parte de um conjunto de 25 gravuras editadas em 1983, a partir de suas aquarelas de 1920. A impressão das litografias, feitas ao longo de um ano, ficou a cargo do Atelier Pierre Badey, em Paris, e todas as etapas de produção foram cuidadosamente supervisionadas pelo artista. Após a conclusão da impressão, as matrizes foram destruídas.
Cícero Dias viveu intensamente a cena artística no Rio de Janeiro. Da sua primeira exposição em 1928, até sua ida para Paris em 1937, integrou-se no início dos movimentos modernistas, foi amigo de artistas, escritores e intelectuais, participou do Movimento Antropofágico lançado pelo Manifesto de Oswald de Andrade (1890-1954), expôs em Nova York e fez parte do Salão Revolucionário de 1931 – um marco no modernismo brasileiro, organizado por Lúcio Costa (1902-1998). Retira-se para Recife, onde monta ateliê e continua a trabalhar intensamente, e segue participando da vida intelectual com seu grande amigo Gilberto Freyre (1900-1987). Em 1937, vai para Paris, onde o aguardam o pintor Di Cavalcanti (1897-1976), sua mulher Noêmia Mourão (1912-1992) e o escritor Paulo Prado (1869-1943).
A longa experiência do pintor na Europa foi das mais intensas, tanto no plano cultural, convivendo com artistas modernos exponenciais do século XX e participando de movimentos e exposições notáveis, quanto no plano das aventuras de um homem corajoso e amante da liberdade, durante os anos sombrios da Segunda Guerra Mundial. A partir daí, sua arte tem mantido as encantadoras espontaneidade e originalidade, com uma assumida poética visual que, em determinado momento, enfrentou os desafios do abstracionismo, e deles extraiu a ambição de horizontes cada vez mais amplos.
Complementam a exposição a edição de um catálogo com textos de Angela Grando e Max Perlingeiro, cronologia, uma seleção da sua correspondência ilustrada com amigos – artistas e intelectuais e reprodução de todas as obras apresentadas e uma conferência por Angela Grando: Doutora em Teoria e História da Arte pela Université de Paris I- Panthéon – Sorbonne (Tese – Cícero Dias: figuration imaginative et abstraction construite (1928-1958); Mestre em História da Arte pela Université de Paris I – Sorbonne; Graduação em História da Arte e Arqueologia pela Université Paul Valéry – Montpellier III; Graduação em Música pela EMES. Membro da AICA (Associação Internacional de Críticos de Arte) e da ABCA (Associação Nacional de Críticos de Arte); Membro do CBHA (Comitê Brasileiro de História da Arte); Membro da ANPAP (Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas).
A Exposição Cícero Dias (1907-2003) será apresentada no período de 30 de março a 5 de maio de 2017 e estará aberta à visitação pública de segunda a sexta-feira, das 10 às 19 horas.

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