"DISPONIBILIDADE INTERMITENTE"

Novo Nordisk enfrenta falta de estoque de Ozempic no Brasil devido à alta demanda

Por Redação - Em 29/01/2025 às 6:01 AM

Ozempic

A escassez do Ozempic já começa a impactar os resultados financeiros da empresa

A Novo Nordisk, fabricante do medicamento Ozempic, enfrenta um desafio significativo em sua operação no Brasil. A demanda por seu produto superou as expectativas da companhia, resultando em um quadro de desabastecimento que deve se prolongar até o fim do primeiro semestre de 2025. A escassez do medicamento tem sido notada em diversas redes de farmácias. A previsão da fabricante é que a reposição do medicamento aconteça apenas a partir de fevereiro.

Em uma nota à Bloomberg Línea, a Novo Nordisk confirmou a situação e explicou que a “disponibilidade intermitente” do Ozempic se deve à demanda maior que a esperada. A companhia dinamarquesa afirmou que, como fornecedora responsável, está comprometida com a saúde e segurança de seus pacientes, mas ressaltou que a reposição dos estoques será gradual. A farmacêutica esclareceu ainda que a falta do produto não está relacionada a questões de qualidade ou problemas regulatórios, mas sim à complexidade da cadeia de distribuição, que dificulta uma reposição imediata.

A Novo Nordisk também afirmou que os outros medicamentos com semaglutida, como o Wegovy e o Rybelsus, permanecem disponíveis no mercado, sem alteração nos estoques. O Wegovy, lançado em julho de 2024, é o único medicamento da companhia indicado para o tratamento da obesidade, enquanto o Ozempic é utilizado para controle de diabetes tipo 2. A farmacêutica alertou também para os riscos do uso off-label, reforçando a importância de seguir as prescrições médicas.

Com um preço elevado — acima de R$ 1.000 por unidade — e grande margem de lucro, o Ozempic tem se tornado um produto relevante no portfólio de grandes redes de farmácias. O Brasil, um dos principais mercados da Novo Nordisk, tem visto uma crescente demanda, o que também tem favorecido o surgimento de versões falsificadas do medicamento, vendidas a preços mais baixos. Isso tem gerado preocupações na comunidade médica e nas autoridades de saúde, que alertam sobre os riscos para os pacientes.

A escassez do Ozempic já começa a impactar os resultados financeiros da empresa, com analistas do Itaú BBA estimando que a falta de estoque e a substituição do produto pelo Wegovy podem pressionar o desempenho da companhia no curto prazo. Com a alta demanda e as dificuldades de reposição, a Novo Nordisk terá que lidar com os desafios da cadeia de distribuição no Brasil, enquanto trabalha para restabelecer os estoques e garantir o fornecimento contínuo do medicamento.

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