VENCIMENTO EM 2035
Tesouro Nacional realiza emissão de títulos em dólares com prazo de 10 anos
Por Redação - Em 18/02/2025 às 2:45 PM

A operação busca fornecer uma referência para o setor corporativo e antecipar o financiamento de vencimentos em moeda estrangeira FOTO: Agência Brasil
O Tesouro Nacional anunciou nesta terça-feira (18) a emissão de títulos públicos em dólares no mercado internacional, com um prazo de 10 anos e vencimento em 2035. A operação, que tem como objetivo principal reforçar a liquidez da curva de juros soberana em dólar no mercado externo, busca também fornecer uma referência para o setor corporativo e antecipar o financiamento de vencimentos em moeda estrangeira.
Em comunicado oficial, o Tesouro explicou que essa estratégia é parte de uma continuidade na política de promover um mercado de títulos soberanos em dólar mais líquido, sem que o governo dependa exclusivamente desse tipo de financiamento. A operação está sendo coordenada pelos bancos Bradesco, JP Morgan e Morgan Stanley.
O “initial price talk” (IPT), referência inicial para a precificação dos títulos, foi fixado em 7,05%. Esse patamar foi confirmado por fontes próximas à operação e foi utilizado para medir o apetite dos investidores. Segundo o serviço IFR, essa taxa indicativa reflete o interesse inicial do mercado.
Em relação ao impacto da emissão de títulos em dólar, a equipe econômica tem enfatizado que a finalidade central dessas operações é fornecer uma referência ao mercado privado, permitindo que empresas possam se financiar também no mercado externo. No entanto, a participação dos títulos atrelados ao câmbio na dívida pública brasileira segue um patamar modesto. Em 2024, esse segmento representava 4,76% do total da dívida, com estimativa de que em 2025 esse número fique entre 3% e 7%, conforme as metas do Plano Anual de Financiamento (PAF).
O governo brasileiro também está ampliando a sua capacidade de emissão de títulos no mercado externo. Em maio de 2024, o Tesouro solicitou ao Senado o aumento do limite de emissões de US$75 bilhões para US$125 bilhões, como parte do plano para ampliar a emissão de títulos sustentáveis. Na época, Rogério Ceron, secretário do Tesouro, afirmou que essa ampliação seria utilizada ao longo dos próximos 10 a 15 anos.
A última emissão externa realizada pelo governo foi em junho de 2024, quando o Brasil emitiu títulos atrelados a compromissos sustentáveis, arrecadando US$2 bilhões.
A nova operação ocorre em um cenário de melhoria significativa no risco país, medido pelo Credit Default Swap (CDS) de cinco anos. O indicador caiu mais de 20% desde o início de 2025, após uma deterioração no final do ano passado, quando incertezas fiscais internas e turbulências globais, como a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, afetaram negativamente os ativos brasileiros.
Recentemente, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, destacou que a estabilidade nos mercados financeiros foi favorecida pela ausência de tarifas comerciais imediatas impostas pelos Estados Unidos, que poderiam ter gerado efeitos inflacionários.
Por fim, o subsecretário da Dívida Pública do Tesouro, Daniel Leal, enfatizou que as emissões externas de títulos públicos não têm a intenção de interferir diretamente nas políticas cambiais. Ele reiterou que tanto a política cambial quanto a monetária são responsabilidades exclusivas do Banco Central.
Este movimento é um reflexo de uma estratégia mais ampla de gestão da dívida pública e de reforço da confiança dos investidores internacionais na economia brasileira.
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