INVESTIMENTOS
JPMorgan reavalia mercados: aposta no Brasil cresce enquanto perspectivas para o México diminuem
Por Redação - Em 11/03/2025 às 12:01 AM

Os estrategistas do JPMorgan destacam que os fatores que levaram a uma avaliação positiva do México já não se aplicam mais, enquanto novas condições podem favorecer o Brasil FOTO: Reuters
O JPMorgan reverteu sua decisão de rebaixar o Brasil e agora está novamente apostando em uma exposição acima da média para o mercado brasileiro, dentro da América Latina. Essa mudança ocorre após o banco ter ajustado sua recomendação para o país, que havia sido reduzida em novembro, e depois de um desempenho superior do México nos últimos meses. No entanto, o banco também rebaixou sua visão sobre as ações de empresas mexicanas, agora com recomendação neutra.
Entre os principais motivos para a mudança, os estrategistas do JPMorgan destacam que os fatores que levaram a uma avaliação positiva do México já não se aplicam mais, enquanto novas condições podem favorecer o Brasil. Para eles, o cenário global, particularmente a recuperação da China e o fim possível do ciclo de alta de juros no Brasil, podem gerar um ambiente mais propício para o país. Além disso, a expectativa de um aumento da demanda por commodities brasileiras, com o impulso vindo da China, também favorece a perspectiva para o Brasil.
Apesar de o Banco Central brasileiro manter uma política de juros alta, com uma nova elevação de 100 pontos-base prevista para março, o JPMorgan acredita que uma pausa pode ocorrer após esse aumento, o que abriria espaço para um ciclo de recuperação no mercado de ações. O impacto da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China também é visto de forma positiva para o Brasil, pois o país é um grande exportador de produtos como soja, carne e algodão, e poderia se beneficiar de um aumento nas exportações para a China, especialmente diante das tarifas impostas pelos EUA.
Por outro lado, o México enfrenta desafios, com um crescimento econômico desacelerado e riscos associados à tensão comercial com os Estados Unidos. O banco aponta que as tarifas impostas por Trump e a desaceleração do crescimento no país são fatores preocupantes. A economia mexicana já apresentou contração no quarto trimestre do ano passado, e os analistas do JPMorgan veem um cenário difícil para o México no curto prazo.
O JPMorgan, apesar de manter uma posição defensiva em ambos os mercados, agora prefere aumentar a exposição ao Brasil e se concentra mais em investimentos em títulos do que em exportadores. No México, o banco continua a focar em setores como produtos básicos, imóveis e finanças, mas observa uma perspectiva mais cautelosa para o país.
As eleições presidenciais de 2026 no Brasil também estão no radar dos investidores, embora a situação política ainda represente riscos consideráveis. A expectativa é que o Brasil continue a ser um destino atraente para investimentos, especialmente se o cenário externo e o movimento de taxas de juros continuarem favoráveis.
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