reinvenção do luxo
Primeira classe volta ao centro das estratégias das aéreas de elite
Por Anchieta Dantas Jr. - Em 22/04/2025 às 6:00 AM

Suíte La Premier: a aposta da Air France para conquistar os passageiros mais rentáveis Foto: Divulgação
Enquanto algumas companhias aéreas encerram suas operações de primeira classe, outras apostam no renascimento do luxo em voos internacionais. Lufthansa, Emirates, Air France e British Airways lideram uma nova onda de investimentos em cabines ultraprivativas, serviços sob medida e experiências pensadas para um público disposto a pagar — e caro — pela exclusividade.
A Lufthansa acaba de lançar sua Allegris First Class, com suítes que lembram salas de estar e tecnologia de personalização ambiental.
Enquanto isso, a Air France apresenta uma nova versão da suíte La Première, descrita como “o mais próximo de um jato particular”.
Já a Emirates, referência global em sofisticação no ar, lidera renovações bilionárias em sua primeira classe.
Ao passo que a British Airways planeja estrear um novo produto de primeira classe a partir de 2025, com foco em privacidade, conforto e design contemporâneo — parte de um investimento contínuo para reposicionar sua imagem no mercado premium.
O apetite pelo luxo
A movimentação acontece em um cenário de crescente demanda por experiências exclusivas. Segundo a IATA, passageiros de primeira classe e executiva representam apenas 3% do total, mas respondem por cerca de 15% da receita global do setor. Entre 2023 e 2024, esse nicho cresceu quase o dobro da classe econômica.
Mas o avanço enfrenta entraves. Atrasos na entrega de aeronaves e na certificação de interiores adiam os cronogramas de modernização. A Lufthansa tem parte de seus Boeing 787 estacionados à espera de liberação, e a Riyadh Air, companhia estreante da Arábia Saudita, adiou seu lançamento justamente por conta da demora nas entregas.
Ainda assim, a aposta no luxo ganha força. Para companhias que disputam os passageiros mais valiosos, oferecer conforto extremo, privacidade e sofisticação a bordo deixou de ser apenas diferencial — virou estratégia central. E a primeira classe, longe de desaparecer, ressurge como símbolo dessa nova fase da aviação de alto padrão.
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