Audiência no Senado

Cid Gomes chama de “nefasta” a política econômica do Banco Central

Por Oceli Lopes - Em 22/04/2025 às 5:22 PM

Cid Gomes Gabriel Galípolo Foto Saulo Cruz Agência Senado

Senador Cid na audiência com Gabriel Galípolo, presidente do BC. Foto: Saulo Cruz/Agência Senado

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, esteve nesta terça-feira, 22, na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado para prestar contas da sua atuação e dar explicações sobre a política de juros adotada pela autarquia. O senador Cid Gomes (PSB/CE), na sua fala, disse ser importante fazer o debate sobre a política monetária. Ele destacou que, com a inflação alta, os pobres são os mais prejudicados, não os investidores e o mercado.

“Aproveitei para defender que essa política nefasta de aumento de juros para combater a inflação precisa acabar. O povo brasileiro não suporta mais pagar taxa de 14,5% ao ano. O Banco Central está tirando dos trabalhadores e dos empreendedores brasileiros para enriquecer ainda mais os especuladores e o sistema financeiro. Não podemos mais deixar essa discussão debaixo do tapete”, afirmou o senador.

Cid disse ainda que o país vai chegar a 2026 com mais de R$ 10 trilhões de dívida pública. “O sistema financeiro, os fundos de pensão, os investidores estrangeiros” é quem ganham com isso”, afirmou.

“O Brasil precisa sair desse círculo vicioso. Eu não sei até quando o povo brasileiro, talvez pela ausência de debate, vai suportar um governo cumprindo um papel de Robin Hood ao contrário, porque, no final das contas, o Banco Central é governo e é o Banco Central quem tira dos pobres, dos trabalhadores, dos que empreendem para dar aos especuladores. Isso, certamente, tem que ter um fim”, defendeu.

Resposta

Galípolo destacou o “crescimento excepcional” do Brasil, mas chamou a atenção para a inflação. Para o gestor, o cenário internacional, ainda imprevisível, tem sido o vetor principal na determinação da dinâmica dos preços de mercado.

Ele defendeu que é papel da autarquia atuar em uma ação de “contrapé” (como o aumento da taxa básica de juros), como o “chato da festa”, para que não se perca o controle da estabilidade monetária. “Quando a economia está aquecida, gerando pressões inflacionárias, você deveria freá-la, para que não se perdesse o controle da estabilidade monetária”, disse.

O gestor também salientou que “todos no Banco Central estão bastante incomodados por estarmos fora da meta”. “Porém, estamos falando de um patamar de inflação muito inferior ao que estávamos discutindo antes e mais próximo com as economias avançadas e com as emergentes”, disse Gabriel.

Com informações da Agência Senado.

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