Transparência corporativa
Empresas brasileiras avançam em relatórios ESG, mas ainda falham na mensuração do risco climático
Por Anchieta Dantas Jr. - Em 23/04/2025 às 7:00 AM

O Brasil subiu da 27ª para a 19ª posição no ranking global de países com maior proporção de empresas que publicam relatórios de sustentabilidade Foto: Freepik
A divulgação de relatórios ESG por grandes empresas brasileiras ganhou fôlego, mas segue marcada por lacunas qualitativas, sobretudo na abordagem dos riscos climáticos. É o que aponta o estudo “Rumo à Obrigatoriedade dos Relatórios de Sustentabilidade”, da KPMG, divulgado no início de abril.
O Brasil subiu da 27ª para a 19ª posição no ranking global de países com maior proporção de empresas que publicam relatórios de sustentabilidade. Atualmente, 93% das maiores companhias do país informam práticas e resultados ESG — um avanço de sete pontos percentuais em relação à edição anterior do levantamento.
O dado coloca o Brasil à frente de economias como Nova Zelândia, Portugal e Suíça, e atrás apenas do Chile (96%) na América Latina. O estudo mostra ainda que 89% das empresas brasileiras analisadas reportam metas de redução de emissões de carbono.
A pesquisa, realizada a cada dois anos, avalia os relatórios publicados entre julho de 2023 e junho de 2024 por 250 das maiores empresas globais, segundo o ranking da Fortune Global 500, além das 100 maiores companhias de cada país avaliado.
Regulamentação impulsiona resultados
O avanço brasileiro é atribuído, em parte, ao novo arcabouço regulatório. A Resolução 193/2023 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) passou a exigir de empresas listadas a apresentação de relatórios de sustentabilidade alinhados aos padrões do International Sustainability Standards Board (ISSB).
Já a Circular 666 da Susep impôs exigências semelhantes ao setor de seguros e previdência complementar.
Apesar do progresso, a KPMG alerta que grande parte das empresas brasileiras ainda trata o risco climático de forma superficial, sem incorporar análises aprofundadas ou métricas de impacto consistentes — um desafio que se impõe diante do avanço da regulação e da cobrança por parte de investidores.
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