O crescimento em abril foi impulsionado principalmente pelas expectativas em relação ao futuro da economia FOTO: Freepik

A confiança do consumidor brasileiro subiu pelo segundo mês seguido em abril, segundo dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) avançou 0,5 ponto em relação a março, alcançando 84,8 pontos na série com ajuste sazonal. Apesar da melhora, o indicador ainda reflete um cenário de pessimismo generalizado, especialmente entre famílias de menor renda.

O crescimento em abril foi impulsionado principalmente pelas expectativas em relação ao futuro da economia. O Índice de Expectativas (IE) teve alta de 0,7 ponto, chegando a 88,1 pontos, enquanto o Índice de Situação Atual (ISA), que mede a percepção sobre o presente, teve variação quase nula, subindo apenas 0,1 ponto para 81,1. Ainda assim, a melhora acumulada nos últimos dois meses recupera apenas 11% das perdas registradas entre dezembro e fevereiro, segundo a economista Anna Carolina Gouveia, do Instituto Brasileiro de Economia da FGV.

Na análise dos componentes, a avaliação sobre a economia local melhorou, mas a percepção das finanças atuais das famílias caiu. O otimismo com as finanças futuras subiu levemente, enquanto a intenção de compra de bens duráveis recuou, refletindo cautela dos consumidores.

A variação da confiança também foi desigual entre faixas de renda. Houve alta entre famílias com renda entre R$ 2.100 e R$ 9.600, enquanto os grupos com renda mais baixa e mais alta registraram queda. Entre os que ganham até R$ 2.100, o índice caiu pelo quinto mês seguido, recuando 3,7 pontos em abril.

A coleta dos dados foi realizada entre os dias 1º e 21 de abril, no âmbito da Sondagem do Consumidor. Apesar da leve recuperação, o cenário geral ainda aponta para uma confiança fragilizada diante das incertezas econômicas.