Entre os segmentos analisados, o transporte aéreo se destacou, com faturamento de R$ 4,1 bilhões em fevereiro — alta de 9,8% na comparação anual Foto: Divulgação/Embratur

O setor de turismo nacional alcançou, em fevereiro, o maior faturamento da série histórica, movimentando R$ 16,5 bilhões, segundo levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). O montante representa um crescimento de 5,3% em relação a igual mês do ano passado. No acumulado do bimestre, o faturamento somou R$ 37,3 bilhões, também o maior já registrado.

De acordo com a FecomercioSP, o desempenho foi impulsionado por fatores como a expansão econômica e o calendário mais favorável de fevereiro, que contou com um número maior de dias úteis. A expectativa é de que o ritmo positivo se mantenha nos próximos meses, apoiado pela melhora no mercado de trabalho e pelo aumento da confiança das famílias.

Ainda que a inflação e os juros elevados sigam como desafios, os empresários do setor demonstram resiliência. A projeção é de crescimento acima de 2% para o turismo em 2025, segundo a entidade.

Avanços e entraves no cenário nacional

Apesar dos resultados positivos, a FecomercioSP chama atenção para pontos que podem afetar a competitividade do turismo brasileiro. A volta da exigência de vistos para visitantes dos Estados Unidos, Canadá e Austrália pode inibir a vinda de turistas desses países, além de aumentar a burocracia no processo de viagem.

Outro fator de preocupação é o fim antecipado do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), encerrado em março. A medida, originalmente prevista até 2027, dava suporte financeiro a empresas do setor e sua retirada pode impactar o planejamento e a sustentabilidade dos negócios.

Setores em destaque: transporte aéreo lidera

Entre os segmentos analisados, o transporte aéreo se destacou, com faturamento de R$ 4,1 bilhões em fevereiro — alta de 9,8% na comparação anual. O crescimento foi impulsionado principalmente pela retomada das viagens corporativas, com apoio da estabilidade nas tarifas aéreas, conforme dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Agências de viagens, operadoras turísticas e serviços relacionados também registraram desempenho sólido, com avanço de 8,3% e movimentação de R$ 1,3 bilhão no mês.

Já bares, restaurantes e estabelecimentos similares, mesmo pressionados pela alta no custo dos alimentos, faturaram R$ 2,5 bilhões, um aumento de 6,8%.

No setor de hospedagem, o incremento foi de 2,3%, totalizando R$ 2,1 bilhões, impulsionado por tarifas mais altas e melhor taxa de ocupação.

Destaques regionais

No recorte regional, o Espírito Santo registrou o maior avanço percentual, com alta de 16,9% no faturamento em fevereiro e crescimento de 13,4% no acumulado do primeiro bimestre. Sergipe (12,3%) e Santa Catarina (11,4%) também se destacaram, beneficiados pelo aumento do fluxo de turistas, especialmente vindos da Argentina, e pela exposição de destinos como Balneário Camboriú.

No Nordeste, o Ceará ocupou posição de destaque, na segunda posição, com alta de 6% em fevereiro.

Já Rio de Janeiro e São Paulo, juntos, responderam por 45% do faturamento do turismo nacional, com crescimentos de 6,7% e 5,2%, respectivamente. Ambos os Estados têm investido em infraestrutura, como a construção do novo aeroporto em Olímpia (SP), com foco em ampliar a atração de visitantes nacionais e estrangeiros.

Por outro lado, algumas unidades da federação registraram retração, caso do Acre (-8,8%) e de Roraima (-8,1%), que lideraram as quedas em fevereiro.