Transformação do setor
Consultorias de investimento dobram no Brasil em cinco anos
Por Anchieta Dantas Jr. - Em 07/05/2025 às 10:48 AM

Expansão do mercado ganhou força com a Resolução CVM 179, que ampliou a transparência sobre comissões e impulsionou o modelo independentes Foto: Freepik
O número de consultorias de investimento no Brasil saltou de 261 para 593 entre 2020 e 2024, segundo levantamento da Mont Capital divulgado pelo site NeoFeed. Em 2023, pela primeira vez, o número de novas consultorias superou o de novas gestoras, com 126 empresas registradas na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Esse avanço ganhou força com a Resolução CVM 179, que ampliou a transparência sobre comissões e impulsionou o modelo independente, com cobrança direta de taxas (fee-based) e atuação multicustódia.
Três perfis dominam a expansão: consultorias criadas por family offices para atender clientes de alta renda, divisões de consultoria em assessorias de investimento e novas casas já estruturadas nesse modelo.
Tecnologia e escala ainda são desafio
Apesar da entrada facilitada, com exigência básica de certificação e registro, a taxa de mortalidade é alta: 49% encerram as atividades, índice que chega a 85% nos dois primeiros anos. Após seis anos, ainda atinge 58%.
A sobrevivência depende de escala, explica o NeoFeed. Estima-se que o ponto de equilíbrio financeiro seja atingido com patrimônio sob consultoria entre R$ 100 milhões e R$ 130 milhões. Isso considerando uma remuneração média de 0,5% ao ano e custos mensais de R$ 40 mil.
Tecnologia é outro gargalo. A implantação de sistemas pode custar até R$ 150 mil, e a digitalização é essencial para entregar relatórios, consolidação patrimonial e atendimento qualificado.
O que vem pela frente
Ainda conforme a publicação, o setor tende à consolidação, com empresas menores recorrendo a plataformas e players maiores investindo em tecnologia própria. Ferramentas white label têm viabilizado a operação de pequenas consultorias, mas a escalada regulatória exigirá estrutura mais robusta.
Contudo, embora desafiador, o mercado segue promissor. Com cerca de 25 mil profissionais no Brasil — ante 300 mil nos EUA —, o segmento tem espaço para crescer, especialmente com o avanço de modelos independentes e maior exigência por transparência na gestão patrimonial.
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