Comércio exterior
Ceará vê janela estratégica de exportação no mundo árabe, aponta estudo do CIN
Por Anchieta Dantas Jr. - Em 28/05/2025 às 5:15 PM

Em 2024, as exportações cearenses para o bloco somaram US$ 12,2 milhões, número considerado modesto, mas com uma pauta já qualificada Foto: Imagem gerada por IA
Com alto poder aquisitivo, população jovem e forte dependência de importações, os países árabes se consolidam como destino estratégico para os produtos cearenses. É o que aponta o estudo “Mercado Árabe em Foco”, lançado pelo Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), que mapeia demandas e tendências em uma região com mais de 450 milhões de consumidores e PIB agregado de US$ 3 trilhões.
Frutas tropicais, pescados, calçados, têxteis e produtos minerais aparecem como os principais vetores de expansão. “A combinação entre o perfil importador da região e o portfólio cearense, ainda pouco explorado por lá, revela uma janela de oportunidade”, destaca o relatório.
Em 2024, as exportações cearenses para o bloco somaram US$ 12,2 milhões, número considerado modesto, mas com uma pauta já qualificada.
Exigência e sofisticação
Os mercados árabes valorizam produtos com valor agregado, apelo cultural e certificações como a Halal, que atesta conformidade com normas religiosas islâmicas, especialmente no setor alimentício.
O Brasil é líder global em exportações Halal e o Ceará tem potencial de inserção nesse segmento, com destaque para a castanha de caju, melões e biscoitos, esse último com alta de quase 600% no último ano.
Na moda, calçados e tecidos de algodão ganham espaço em mercados como os Emirados Árabes Unidos e Marrocos, exigindo adaptação de design e linguagem. Já na área mineral, a magnésia calcinada cresce como insumo para megaprojetos de infraestrutura.
Vantagens logísticas e novos caminhos
Com acesso estratégico via Porto do Pecém e tempos de trânsito médios de 20 dias até o Golfo, o Ceará está bem posicionado para expandir sua presença na região. Para isso, será necessário investir em inteligência comercial, certificações específicas e adaptação cultural.
“Não se trata de uma possibilidade futura, mas de um mercado-alvo acessível para quem estiver tecnicamente e institucionalmente preparado”, pontua o documento do CIN.
A propósito, na próxima terça (3), a Fiec sedia o seminário “Brasil – Países Árabes”, com especialistas e painéis sobre certificação Halal, cultura de negócios e oportunidades comerciais. O evento é gratuito e aberto ao público.
Mais notícias
Selo Atricon




























