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Elon Musk deixa governo Trump dois dias antes do previsto e critica política tarifária
Por Marlyana Lima - Em 29/05/2025 às 12:24 AM

Elon Musk deixa o posto que ocupava no governo Trump
O bilionário Elon Musk deixou oficialmente o governo de Donald Trump nesta quarta-feira (28) à noite, dois dias antes do término previsto de seu mandato como funcionário especial. Musk ocupava o posto de conselheiro presidencial e chefe do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), criado no início do ano para sugerir cortes de gastos e reformas administrativas.
Segundo a Casa Branca, o desligamento teve na noite de quarta-feira. De acordo com fontes ouvidas pela agência Reuters, Musk não se reuniu com Trump antes de sair do cargo. Em publicação na rede social X, o empresário agradeceu ao presidente e sinalizou o fim de sua passagem pelo governo: “À medida que meu período como Funcionário Especial do Governo chega ao fim, gostaria de agradecer ao Presidente Trump pela oportunidade”.
Embora pudesse permanecer até sexta-feira (30), completando os 130 dias de seu mandato temporário iniciado em janeiro, Musk já vinha indicando que deixaria o governo antes do prazo. No início de abril, afirmou que a missão de reduzir o déficit federal em US$ 1 trilhão estaria “essencialmente cumprida” até o fim de maio.
Divergências sobre o “Tarifaço”
A breve participação de Musk no governo Trump foi marcada por tensão e divergências, especialmente em torno da política comercial. Após o anúncio do tarifaço de Trump em abril — o chamado “Dia da Libertação” — Musk se posicionou publicamente contra a medida e criticou duramente Peter Navarro, assessor presidencial e um dos idealizadores do plano tarifário. Em uma postagem, chegou a ironizar o currículo de Navarro: “Um PhD em Economia por Harvard é uma coisa ruim, não uma coisa boa.”
Musk tentou interceder diretamente junto a Trump para evitar a imposição das tarifas, temendo os impactos sobre os negócios da Tesla. A montadora tem operações relevantes tanto nos Estados Unidos quanto na China, países diretamente afetados pelas medidas.
A saída de Musk ocorre em meio a um contexto de crescente instabilidade na equipe econômica da Casa Branca, pressionada por ações judiciais contra o tarifaço. O bloqueio das tarifas por um tribunal federal nesta mesma quarta-feira reforçou a percepção de que o governo enfrenta desafios para sustentar sua política comercial agressiva.
As críticas à política de tarifas não se limitaram ao próprio Musk. Kimbal Musk, irmão do empresário, escreveu no X que as medidas criaram um “imposto estrutural e permanente sobre o consumidor americano”. Ele ironizou o impacto da política econômica do republicano: “Quem imaginaria que Trump seria o presidente americano com os impostos mais altos em gerações?”
A saída de Musk do governo marca o fim de uma colaboração incomum entre um presidente republicano e um dos empresários mais proeminentes do Vale do Silício — e destaca os limites dessa aliança quando os interesses comerciais e políticos deixam de convergir.
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