PROTAGONISMO

Vinho de mesa já representa 58% do consumo e movimenta R$ 5,6 bilhões no Brasil

Por Redação - Em 31/05/2025 às 6:00 AM

Winery: A Glass Of Wine Being Poured Against A Barrel In A Wine

Esses vinhos, muitas vezes vendidos em versões suaves e adocicadas, são responsáveis por mais da metade do consumo nacional e por 29% do faturamento total do setor

O vinho de mesa, tradicionalmente visto como um produto simples e de menor qualidade, ganhou protagonismo no mercado brasileiro em 2024. Representando 58% do volume total de vinhos consumidos no país, essa categoria movimenta cerca de R$ 5,6 bilhões anualmente, segundo dados da Ideal Consulting, apresentados no seminário Adega Ideal.

Enquanto grandes marcas internacionais e importadoras focam nos vinhos finos, mais caros e sofisticados, o segmento de vinhos de mesa — produzidos a partir de uvas americanas ou híbridas como Isabel, Niágara e Concord — atrai cada vez mais consumidores. Esses vinhos, muitas vezes vendidos em versões suaves e adocicadas, são responsáveis por mais da metade do consumo nacional e por 29% do faturamento total do setor.

A mudança de percepção é evidente. Antes associados a garrafões e a um público restrito, esses rótulos agora investem em embalagens mais elaboradas e qualidade aprimorada, conquistando até mesmo consumidores da classe C que não distinguem vinho fino de vinho de mesa.

Esse fenômeno motivou grandes vinícolas internacionais a lançar versões doces de seus produtos, como o Reservado Sweet da Concha y Toro e o Casal Garcia de Portugal, adaptadas ao paladar brasileiro. Pequenos produtores nacionais também apostam na valorização dos vinhos de mesa, desafiando preconceitos tradicionais.

Para o CEO da Ideal Consulting, Felipe Galtaroça, essa evolução é fundamental para o futuro do mercado no Brasil. “Se não conseguirmos atrair consumidores mais jovens, o setor pode perder força com o tempo”, alerta. Ele destaca que o vinho de mesa não substitui o vinho fino, mas ocupa um espaço estratégico no ciclo de consumo, democratizando o acesso à bebida.

Para o setor, o vinho de mesa deixa de ser coadjuvante para se tornar peça chave na sustentação e expansão do mercado brasileiro, conciliando tradição, acessibilidade e qualidade crescente.

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