Refúgio dourado
Com ouro em alta, super-ricos apostam em Singapura como porto seguro
Por Anchieta Dantas Jr. - Em 04/06/2025 às 6:05 AM

Singapura é apontada como a “Genebra do Oriente”, com a vantagem de estar no centro das rotas comerciais da Ásia Foto: Divulgação
Com o ouro batendo recordes e a confiança nos sistemas financeiros tradicionais em xeque, Singapura desponta como um novo centro de armazenamento para os super-ricos. A cidade-estado asiática tem atraído investidores de alto patrimônio que buscam proteção em meio à instabilidade global — e a tendência vem ganhando força.
Na região próxima ao aeroporto internacional, uma instalação de seis andares conhecida como The Reserve abriga barras de ouro e prata avaliadas em cerca de US$ 1,5 bilhão. Desde janeiro, a demanda por cofres e armazenamento na unidade saltou 88%, refletindo o interesse crescente por ativos tangíveis em jurisdições consideradas estáveis.
“A ideia de manter metais físicos fora dos grandes bancos está se consolidando. É uma forma de escapar dos riscos de contraparte e das turbulências políticas”, afirma Gregor Gregersen, fundador da Silver Bullion, que opera o espaço. Quase 90% dos novos clientes são estrangeiros. Muitos vindos de países onde a confiança no sistema bancário já se esgotou.
O apelo do físico
A preferência por ouro físico, em vez de papéis ou fundos lastreados, ganhou tração após episódios como o colapso do Silicon Valley Bank. Para quem busca segurança total, certificados não bastam. “Alguns clientes simplesmente não querem o ouro dentro de um banco, mesmo que alocado”, observa John Reade, estrategista do Conselho Mundial do Ouro.
Analistas também apontam que Singapura combina três fatores decisivos: estabilidade política, infraestrutura de alta segurança e papel estratégico como hub logístico global. “É a Genebra do Oriente, com a vantagem de estar no centro das rotas comerciais da Ásia”, resume Nicky Shiels, da MKS PAMP.
Embora o custo de armazenar ouro físico ainda pese para quem opera no curto prazo, a atratividade da proteção total parece estar vencendo. Em tempos de incerteza, a elegância está em guardar o que não depende de sistemas — nem de promessas. (c0m informações da Forbes)
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