Movimentação estratégica
Rebouças vive boom corporativo e redefine mapa empresarial de São Paulo
Por Anchieta Dantas Jr. - Em 05/06/2025 às 7:05 AM

Com infraestrutura robusta, boa conectividade e mais espaço para crescer, a Rebouças deixa de ser coadjuvante e passa a disputar protagonismo com a Faria Lima Foto: Imagem gerada por IA
Por muitos anos, a Avenida Faria Lima reinou absoluta como o endereço mais cobiçado por empresas em São Paulo. Mas esse protagonismo começa a ser compartilhado com uma vizinha em ascensão: a Avenida Rebouças. Com uma crescente oferta de lajes corporativas de alto padrão e preços mais atrativos, a região tem atraído nomes de peso como Amazon, Netflix e Stone, consolidando-se como uma alternativa estratégica para sedes corporativas.
Segundo dados da Binswanger Brazil divulgados pelo NeoFeed, a Rebouças registrou alta de 21,4% no preço do metro quadrado em um ano, chegando a R$ 156,24 no primeiro trimestre. Ainda assim, continua bem abaixo da média da Faria Lima, que superou R$ 235, com negociações que chegam a bater R$ 400. O movimento de migração já é visível, impulsionado não apenas por economia, mas também pela oferta de espaços mais amplos e modernos.
“A gente vê empresas saindo de prédios com aluguéis insustentáveis para buscar áreas onde é possível consolidar operações num único edifício”, afirmou ao NeoFeed Daniel Ribeiro, CEO da GD.8 Incorporadora, responsável pelo edifício Biosquare, onde deve operar a Amazon. O prédio de 25 andares terá lajes de até 2 mil m², algo raro na Faria Lima.
Crescimento impulsionado por planejamento urbano
Boa parte dessa transformação teve origem em 2016, com o novo Plano Diretor de São Paulo, que incentivou a verticalização ao longo de eixos estruturantes. A Rebouças, cortada por corredores de ônibus e com duas estações de metrô próximas, virou terreno fértil para o desenvolvimento imobiliário. De lá para cá, foram entregues 14 novos prédios corporativos, somando 190 mil m². Outros 70 mil estão em construção, o que deve elevar o total para 260 mil m² em breve.
Mesmo com o volume crescente de novas entregas, a vacância na região permanece em níveis saudáveis — fechou o primeiro trimestre em 19%. Na Faria Lima, a taxa está abaixo de 7%, mas com pouca ou nenhuma área disponível para novos projetos.
Com infraestrutura robusta, boa conectividade e mais espaço para crescer — ainda que com desafios regulatórios —, a Rebouças deixa de ser coadjuvante e passa a disputar protagonismo na paisagem corporativa de São Paulo.
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