ANVISA

Mounjaro é aprovado para tratar obesidade no Brasil; preço pode chegar a R$ 2.384

Por Redação - Em 09/06/2025 às 10:09 AM

Mounjaro

A tirzepatida é considerada uma nova geração de medicamentos contra obesidade por atuar em dois hormônios

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta segunda-feira, 9 de junho, o uso do medicamento Mounjaro (tirzepatida) para o tratamento da obesidade no Brasil. Até então, o remédio só era autorizado para diabetes tipo 2, e sua prescrição contra obesidade era considerada “off label” — fora da indicação oficial da bula.

Com a nova decisão, o Mounjaro poderá ser prescrito a adultos com IMC igual ou superior a 30, ou a pacientes com sobrepeso (IMC a partir de 27) que apresentem comorbidades associadas, como hipertensão, colesterol alto, apneia do sono ou pré-diabetes.

A tirzepatida é considerada uma nova geração de medicamentos contra obesidade por atuar em dois hormônios (GLP-1 e GIP), o que amplia sua eficácia no controle de apetite, glicemia e redução de peso. Aplicado semanalmente por injeção, o medicamento demonstrou redução média de 22,8 kg em 72 semanas, segundo estudos clínicos apresentados pela fabricante Eli Lilly. O desempenho supera o de outras substâncias usadas no tratamento da obesidade, como a semaglutida, presente nos medicamentos Ozempic e Wegovy.

Preços variam de R$ 1.406 a R$ 2.384

O Mounjaro começou a ser vendido no Brasil em 15 de maio, com preços que variam conforme a dose, o canal de compra e a adesão ao programa de fidelidade “Lilly Melhor Para Você”. Os valores informados são:

  • 2,5 mg: R$ 1.406,75 (e-commerce) / R$ 1.506,76 (loja física);
  • 5 mg: R$ 1.759,64 (e-commerce) / R$ 1.859,65 (loja física).

Fora do programa, o preço máximo pode chegar a:

  • 2,5 mg: R$ 1.907,29;
  • 5 mg: R$ 2.384,34 (considerando ICMS de 18%).

A inclusão oficial da obesidade na bula também abre espaço para reembolso parcial por convênios médicos e hospitais, o que antes não era possível devido à ausência de autorização formal para essa indicação.

Receita será retida a partir de junho

Em abril, a Anvisa já havia determinado que medicamentos dessa classe passariam a ter receita retida obrigatoriamente, como forma de coibir o uso indiscriminado. A nova exigência entra em vigor agora em junho, 60 dias após sua publicação no Diário Oficial da União.

O Mounjaro passa a integrar o grupo de medicamentos com tarja vermelha, o que indica que seu uso exige prescrição e acompanhamento médico devido a potenciais efeitos adversos — como náuseas, hipoglicemia e desconfortos gastrointestinais.

Perspectiva médica

Segundo o presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), Fábio Trujilho, a aprovação representa um avanço importante:

“Estamos falando de uma droga com maior potência em termos de perda de peso, com boa segurança e impacto positivo em comorbidades como diabetes e apneia do sono”, afirmou.

Já o diretor médico da Eli Lilly, Luiz André Magno, explicou que a autorização para uso contra obesidade só veio após a conclusão de estudos específicos de fase 3, submetidos após a aprovação inicial para diabetes.

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