A BYD, principal beneficiária da consolidação, perdeu US$ 21,5 bilhões em valor de mercado desde maio

A intensa guerra de preços entre fabricantes de veículos elétricos na China tem causado queda nas ações do setor e motivado a intervenção do governo. Mesmo com esforços para conter os descontos liderados pela BYD, analistas alertam que a combinação de baixa demanda e excesso de capacidade deve reduzir os lucros das principais empresas e eliminar concorrentes mais fracos.

Apesar da redução no número de fabricantes, a indústria ainda opera com menos da metade da capacidade produtiva. As autoridades chinesas convocaram líderes do setor para discutir a situação e pedem autorregulação, mas resultados práticos são limitados até o momento.

A BYD, principal beneficiária da consolidação, perdeu US$ 21,5 bilhões em valor de mercado desde maio. Especialistas apontam que a crise pode resultar em uma “consolidação massiva” para ajustar a produção à demanda real.

Os cortes de preço pressionam as margens, ameaçam a reputação internacional dos veículos chineses e podem desestimular investimentos em qualidade e pós-venda. Consumidores também demonstram insegurança diante da volatilidade dos preços.

Além disso, práticas como a venda de carros novos como usados preocupam o mercado. Montadoras chinesas aplicam descontos mais agressivos que concorrentes estrangeiras, o que pode afastar players internacionais, como a Tesla.

Especialistas acreditam que a BYD lidera a estratégia para dominar o mercado, levantando dúvidas sobre práticas comerciais e pressão sobre fornecedores. Em 2024, a indústria automotiva chinesa usou menos de 50% de sua capacidade produtiva, evidenciando o desafio pela frente.