AMBIENTE DE NEGÓCIOS
Brasil supera 22 mil fusões e aquisições com expansão sustentada em 30 anos
Por Marcelo Cabral - Em 20/06/2025 às 1:09 AM

Empresas de TI e startups lideram o total de operações de M&A no Brasil Foto: Divulgação
Ao longo de três décadas, o Brasil consolidou-se como um dos mercados mais dinâmicos da América Latina no campo de fusões e aquisições (M&A). Entre 1994 e 2024, o País registrou um total de 22.257 transações, segundo levantamento da KPMG, cuja pesquisa alcança agora 120 edições trimestrais. O período analisado revela um crescimento médio anual composto (CAGR) de 8%, refletindo a evolução constante do ambiente de negócios no nacional.
O ano de menor atividade foi 1994, com 175 transações, marco inicial da série histórica. Em contrapartida, o ápice ocorreu em 2021, com impressionantes 1.963 operações – reflexo direto do reaquecimento econômico e da intensa movimentação empresarial após os impactos iniciais da pandemia.
Os setores mais representativos no volume de transações demonstram a transformação da economia brasileira e sua crescente digitalização. Lideram o ranking: Tecnologia da Informação (3.201), Empresas de Internet (3.052), Alimentos, Bebidas e Fumo (1.307), Instituições Financeiras (1.235) e Serviços para Empresas (1.090).
Pontos de inflexão e marcos econômicos
A trajetória dos últimos 30 anos é marcada por ciclos e eventos que moldaram o comportamento do mercado. Em 2007, o País ultrapassou pela primeira vez a marca de 500 operações, impulsionado por um cenário de forte crescimento econômico. Em 2019, o volume superou a casa das mil transações, influenciado por uma expressiva queda na taxa de juros. Já em 2021, um ambiente de otimismo pós-pandemia levou o Brasil a registrar mais de 1.900 operações em um único ano.
“Durante o desenvolvimento desse mercado, o Brasil também foi registrando eventos econômicos relevantes”, destaca Paulo Guilherme Coimbra, sócio-líder de Fusões e Aquisições da KPMG no Brasil. “A estabilização monetária nos anos 1990, por exemplo, impulsionou o número de transações de 174, em 1994, para 372, em 1997. Após oscilações nos anos 2000 e uma queda em 2009, fruto da crise financeira global, o País voltou a registrar um movimento de recuperação consistente ao longo da década seguinte”.
Cross-border e maturação do mercado
Até 2017, as transações de natureza cross-border – com participação de compradores estrangeiros -, predominavam no cenário brasileiro. A partir de 2018, no entanto, as operações domésticas passaram a liderar, reflexo de um ambiente econômico mais estável, da queda contínua nos juros e do fortalecimento das empresas nacionais.
Outro fator decisivo para essa mudança foi o avanço nas rodadas de investimentos em startups, que se intensificaram após o boom de 2021 e mantiveram relevância nos anos subsequentes, consolidando um novo ciclo de expansão no ecossistema de inovação.
A digitalização dos negócios e a disrupção trazida por modelos inovadores – muitas vezes liderados por startups -, impulsionaram de forma notável os setores de Tecnologia da Informação e Empresas de Internet. Este último passou a ser monitorado pela pesquisa da KPMG a partir de 2011, e desde então protagoniza uma escalada expressiva no número de transações.
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