Porto do Pecém possui uma infraestrutura logística robusta e em expansão                   Foto: Divulgação

O Ceará voltou a surpreender no cenário internacional. Entre janeiro e maio de 2025, as exportações do Estado somaram US$ 770,48 milhões – um avanço expressivo de 49,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados do estudo Ceará em Comex, elaborado pelo Centro Internacional de Negócios da FIEC (CIN-FIEC). Somente em maio, o embarque de US$ 269,79 milhões representou alta de 77,7% sobre abril e impressionantes 176,2% frente a igual mês de 2024, indicando forte retomada da competitividade regional.

O complexo de ferro e aço segue liderando a pauta exportadora, mas o desempenho cearense tem se diversificado com força. Produtos como frutas frescas, calçados, ceras vegetais e pescados vêm conquistando mercados exigentes. Os Estados Unidos continuam sendo o principal destino, com 47,6% de participação e crescimento de 104,2% no acumulado anual, seguidos por Itália (+104,1%), Reino Unido (+84,9%), Países Baixos (+36,8%) e China (+29,9%).

Compras no exterior estáveis

No campo das importações, o Ceará registrou compras externas de US$ 1,22 bilhão no período – variação discreta de 0,4%. Ainda assim, o Estado conseguiu reduzir seu déficit comercial em 35,5%, de -US$ 700,69 milhões para -US$ 451,60 milhões.

Entre os produtos mais importados, destacam-se combustíveis minerais (US$ 301,15 milhões), ferro e aço (US$ 155,85 mi) e químicos orgânicos (US$ 133,99 milhões). Países como Japão, Indonésia, Índia, Rússia e Uruguai ampliaram significativamente sua presença na pauta, sinalizando uma estratégia clara de diversificação de fornecedores para a indústria local.

Agro, indústria e sofisticação

Para Augusto Fernandes, especialista em despacho aduaneiro e CEO da JM Negócios Internacionais, o momento é de consolidação. “O Ceará se firma como polo estratégico de exportação, com portfólio que vai do agro à indústria de alto valor agregado. Temos o mel, que chega aos EUA e à Europa a US$ 60 mil por contêiner; pedras ornamentais que abastecem mercados como Portugal e Itália; cachaça com mercado cativo na França; e minério de ferro batendo recordes rumo à China. Há ainda medicamentos e confecções para o Mercosul, couro para a África – tudo apoiado por uma logística eficiente e inteligência comercial aplicada”, afirma.

O cenário confirma o ambiente cada vez mais favorável à internacionalização das empresas cearenses, independentemente do porte. Com infraestrutura logística em expansão, rotas marítimas mais dinâmicas e uma pauta exportadora cada vez mais plural, o Ceará avança com vigor como uma das principais portas de saída do Brasil para o mundo – e os próximos trimestres prometem novos recordes.