A Coopercon Ceará deu início à criação de um consórcio de empresas voltado à industrialização da construção civil no estado. A iniciativa marca um novo momento para o setor, que enfrenta há anos a escassez de mão de obra qualificada e o desafio de modernizar seus processos. O objetivo do projeto é implementar, de forma gradual, a construção offsite, em que partes das edificações são produzidas fora dos canteiros de obra e depois instaladas nos empreendimentos.

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“É um marco inicial de uma revolução da mudança de cultura da construção civil”, afirmou Emanuel Capistrano, presidente da Coopercon Ceará. “A escassez de mão de obra é vivenciada por todo o setor, principalmente o nosso, que emprega mão de obra às vezes desqualificada. E a gente sente uma escassez imensa”, disse.

O projeto está sendo estruturado por meio da articulação entre a Coopercon Ceará, empresas do setor, a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), o Inovacon e o Instituto de Tecnologia de Industrialização das Edificações (ITIE), que irá atuar na orientação técnica. A ideia é iniciar a produção de kits hidráulicos e elétricos, para, em etapas seguintes, incluir banheiros prontos, fachadas e outros componentes construtivos produzidos fora dos canteiros.

“Queremos, enfim, com pouco tempo, evoluir para montar boa parte das edificações fora do canteiro de obra”, destacou Capistrano. “É um projeto inicial, mas acreditamos que vai ser uma contribuição muito grande.”

O consórcio inclui empresas locais e outras que atuam no Sudeste, especialmente em São Paulo, que estão interessadas em expandir sua atuação para o Ceará. O polo de produção offsite deverá começar suas atividades em um galpão provisório, cedido pela Fiec, e contará inicialmente com a adesão das empresas cooperadas da Coopercon, atualmente 134 no total, mas também estará aberto à participação de prefeituras, do governo estadual e de outras instituições interessadas em inovar.

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Além da eficiência produtiva, o projeto tem como foco a sustentabilidade. “Sem dúvida nenhuma, a sustentabilidade é o foco principal”, enfatizou o presidente da Coopercon CE. “Todo mundo fala que a construção civil gera um desperdício em torno de 20 a 30%. A ideia da industrialização é reduzir praticamente a zero esse desperdício. A gente vai trabalhar com medidas milimétricas e evitar ao máximo o desperdício”, disse o executivo.