O presidente brasileiro passou cerca de uma hora na residência da líder política argentina Foto: Ricardo Stuckert

Após participar da cúpula do Mercosul, em Buenos Aires, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), realizou uma visita de aproximadamente uma hora à ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, que cumpre pena de seis anos em prisão domiciliar.

O encontro, autorizado por decisão judicial na quarta-feira, atendeu a um pedido da própria Kirchner e foi classificado como um “ato político de solidariedade”. Lula foi recebido por apoiadores de ambos os países, que congregaram-se em frente ao prédio. Por volta das 13h30 (horário local), Lula deixou o local acompanhado do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, ex-embaixador do Brasil na Argentina, o que reforça o tom diplomático oficial da visita.

O presidente brasileiro optou por não se encontrar bilateralmente com seu homólogo argentino, Javier Milei, conhecido por críticas diretas a Lula, incluindo chamá-lo de “comunista” e “corrupto”. A ausência de qualquer agenda bilateral formal com Milei reforçou o caráter simbólico — e politicamente carregado — da visita a Kirchner.

Contexto
Em 2022, a ex-presidente foi condenada por direcionar contratos públicos superfaturados para aliados durante seu mandato em Santa Cruz. A sentença foi confirmada pelo Supremo Tribunal de Justiça da Argentina em junho de 2025, barrando-a de exercer funções públicas.