CENÁRIO ECONÔMICO
Galípolo defende crédito mais acessível e fortalecimento do Banco Central em audiência na Câmara
Por Redação - Em 09/07/2025 às 1:48 PM

Gabriel Galípolo, Presidente Do Banco Central Foto Agência Brasil
Durante audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, voltou a defender medidas para ampliar o acesso da população ao crédito mais barato. Segundo ele, o uso excessivo do crédito rotativo — de alto custo e emergencial — é um sinal de que há falhas no sistema de financiamento ao consumidor, e que o crédito colateralizado deve ser incentivado para reduzir o custo efetivo.
Galípolo também criticou a distorção na transmissão da Selic a diferentes linhas de crédito, citando que, em alguns casos, os juros mais altos beneficiam empresas com isenções ou garantias, enquanto as famílias seguem pagando taxas acima de 200% ao ano. Para ele, a política monetária se torna menos eficaz quando os aumentos da taxa básica não afetam diretamente quem mais sofre com o endividamento.
Outro ponto levantado foi a necessidade de modernização do arcabouço regulatório. O presidente do BC defendeu a ampliação do chamado “perímetro regulatório”, para que instituições financeiras não bancárias (NBFIs) e fintechs passem a ser mais monitoradas, dada sua crescente participação no sistema financeiro. Ele alertou para os riscos sistêmicos que essas entidades representam quando operam com pouca supervisão.
Inflação
Sobre política monetária, Galípolo reafirmou que o Banco Central manterá o compromisso com a meta de inflação de 3%, estabelecida por decreto. Ele classificou como “indesejável” qualquer tentativa de flexibilizar esse objetivo e afirmou que a inflação atual é disseminada, com mais de 70% dos itens do IPCA acima da meta.
O presidente do BC também destacou a importância de alinhar os juros brasileiros com os de países pares, mas sem comprometer o controle inflacionário. Ele afirmou que o caminho não será curto ou simples, e que serão necessárias várias medidas estruturais para alcançar esse equilíbrio, sem comprometer a credibilidade da autoridade monetária.
Durante a audiência, Galípolo também comentou sobre o câmbio, dizendo que o real tem tido boa performance em 2025 e que o Banco Central não persegue nenhuma taxa de câmbio específica. Ele explicou que o repasse da variação cambial à inflação, especialmente de alimentos, é monitorado de perto e influencia as decisões da política monetária.
Sobre a compra do Banco Master pelo BRB, Galípolo informou que o BC continua analisando o “perímetro” da operação e que novos documentos foram entregues. Ele garantiu que a autoridade avalia apenas a viabilidade da transação, sem interferir na conveniência comercial entre as partes envolvidas.
Por fim, o presidente do BC reforçou que o ataque recente à empresa C&M não afetou os sistemas da autarquia e que o incidente está sendo investigado como resultado de engenharia social. Galípolo encerrou sua participação reafirmando a solidez do sistema financeiro e a necessidade de modernização institucional para garantir a eficiência e segurança da política monetária no país.
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