embate ou diplomacia
Senadores discutem medidas após taxação de exportações brasileiras pelos EUA
Por Aflaudisio Dantas - Em 11/07/2025 às 12:04 AM

No dia anterior, Trump anunciou taxa de 50% sobre as exportações brasileiras Foto: Agência Brasil
A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar uma tarifa de 50% sobre todos os produtos importados do Brasil, provocou uma reação contundente no Senado Federal brasileiro. A medida, considerada inédita nas relações comerciais entre os dois países, despertou críticas tanto da base governista quanto da oposição.
Durante sessão desta quinta-feira (10), a Comissão de Relações Exteriores (CRE) divulgou uma nota reafirmando o compromisso do Legislativo com “relações internacionais estáveis” e com o diálogo. Segundo o texto, “medidas comerciais devem ser tratadas com responsabilidade e dentro dos marcos do direito internacional”, e o Senado trabalha na interlocução com a representação diplomática dos EUA, além de planejar uma missão parlamentar a Washington.
O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), pediu união nacional diante do que chamou de “ataque à soberania”. “Não pode existir polarização quando o nosso país é atacado. Somos um só povo, uma grande nação… Conspirar contra o Brasil em território estrangeiro é crime de lesa-pátria”. Na mesma linha, Alessandro Vieira (MDB-SE) afirmou que “a soberania é o primeiro dos princípios fundamentais elencados pela Constituição”, enquanto Eliziane Gama (PSD-MA) classificou a ação norte-americana como “uma agressão sem precedentes à nossa soberania”, diz.
Senadores governistas acusaram diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro e sua família de influenciar Trump. “A pedido da família Bolsonaro, Donald Trump anuncia a taxação em 50% … de forma autoritária e unilateral. O Brasil não será quintal do país de ninguém”, afirma o líder da bancada governista, senador Jacques Wagner (PT-BA). Fabiano Contarato (PT-ES) acusou ainda que o tarifaço cobra um “comportamento irresponsável, conspirador e subserviente a interesses estrangeiros de Jair Bolsonaro”.
Já a oposição lamentou o desdobramento da diplomacia brasileira. O líder do PL, Rogério Marinho (PL-RN), responsabilizou o governo Lula pela deterioração das relações. “Ações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no cenário internacional ‘isolaram’ o país”, citando a ausência de embaixador dos EUA, a recepção a navios da Marinha iraniana e apoio a regimes autoritários. Também Hamilton Mourão (Republicanos-RS) criticou o “antiamericanismo infantil” do atual governo.
Paralelamente, parlamentares de diversas comissões, entre eles Otto Alencar (CCJ), Nelsinho Trad (CRE) e Renan Calheiros (CAE), defenderam a busca por soluções diplomáticas e técnicas, subsidiadas pela recém-aprovada Lei da Reciprocidade, que permite retaliações a barreiras comerciais unilaterais.
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