design biofílico
Startup holandesa usa musgo para reinventar o concreto urbano
Por Marlyana Lima - Em 15/07/2025 às 2:16 PM

Proposta da empresa holandesa é transformar prédios em organismos urbanos
A arquitetura sustentável acaba de ganhar um novo aliado vindo da Holanda: fachadas e tijolos vivos que cultivam musgo e transformam os prédios em verdadeiros organismos urbanos. A ideia, que parece saída da ficção científica, é na verdade simples e engenhosa — e já está sendo aplicada por uma startup holandesa chamada Respyre.
A proposta da Respyre é criar superfícies bioativas capazes de abrigar o crescimento espontâneo de musgo, uma planta ancestral que pertence ao grupo das briófitas. Pequeno, sem raízes ou folhas estruturadas, o musgo cresce com facilidade em ambientes úmidos e sombreados. Ao se desenvolver sobre os tijolos ou fachadas porosas projetadas pela empresa, ele forma uma camada verde contínua que faz muito mais do que apenas embelezar a paisagem urbana.
Tecnologia viva a serviço do clima
O concreto desenvolvido pela Respyre é especialmente formulado para ser bioativo, ou seja, poroso o suficiente para reter água da chuva e umidade do ar, ao mesmo tempo que fornece nutrientes adequados para o musgo prosperar. Essa vegetação atua como um agente natural contra os principais desafios ambientais das cidades modernas:
- Purificação do ar, com absorção de CO₂ e filtragem de partículas poluentes;
- Redução de temperatura por meio da evaporação da água acumulada nas plantas, o que ajuda a combater o efeito de ilha de calor urbana;
- Isolamento térmico natural, que reduz a dependência de sistemas de ar-condicionado;
- Redução de ruído urbano, já que a camada vegetal também atua como isolante acústico.
Esse tipo de solução faz parte de uma tendência crescente na arquitetura chamada design biofílico, que busca integrar elementos da natureza — como vegetação, luz natural e ventilação — aos espaços construídos. A meta é reconectar os humanos com o ambiente natural, promovendo saúde mental, bem-estar físico e equilíbrio ambiental.

Os primeiros projetos-piloto da Respyre estão sendo aplicados em cidades como Eindhoven e Rotterdam
Projetos promissores na Holanda
Os primeiros projetos-piloto da Respyre estão sendo aplicados em cidades como Eindhoven e Rotterdam, onde prédios com fachadas vivas demonstraram resultados surpreendentes. Dados preliminares indicam uma queda de temperatura nas superfícies revestidas de até 7°C em comparação com materiais convencionais. Ao mesmo tempo, há um aumento notável da biodiversidade local, com atração de pequenos insetos, como abelhas, e micro-organismos benéficos.
Embora o custo inicial dos tijolos e revestimentos bioativos ainda seja mais alto que os materiais comuns, os engenheiros defendem que a economia a longo prazo com redução no consumo de energia, menor desgaste de materiais e benefícios à saúde coletiva tende a compensar o investimento. Além disso, os sistemas de musgo não exigem irrigação ou manutenção intensiva, pois se nutrem da própria umidade do ambiente.
- Estrutura do edifício com aplicação na nova técnica
- Engenheiros daStartup Respyre
- Tijolos vivos da Respyre
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