O índice de evolução do número de empregados ficou em 49,1 pontos, revelando leve queda na contratação. FOTO: Freepik

A atividade industrial no Brasil recuou em junho, segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgado nesta sexta-feira (18). O índice de produção caiu para 47,2 pontos, abaixo da linha de estabilidade (50 pontos), indicando retração frente a maio, quando o indicador marcava 52 pontos.

O mercado de trabalho também sentiu os efeitos: o índice de evolução do número de empregados ficou em 49,1 pontos, revelando leve queda na contratação. A Utilização da Capacidade Instalada subiu para 71%, um avanço de 1 ponto percentual sobre junho de 2024.

A pesquisa aponta ainda estoques abaixo do planejado e uma piora nas condições financeiras das empresas. O índice de satisfação financeira recuou para 48,4 pontos no segundo trimestre, e a avaliação sobre o lucro operacional caiu para 42,8 pontos — reflexo da economia fraca e dos juros altos.

Dificuldades de acesso ao crédito se intensificaram, com o indicador nessa área caindo para 39,9 pontos. Mesmo com a desaceleração nos preços das matérias-primas (índice caiu para 57 pontos), o custo segue em alta.

As principais queixas dos empresários são a carga tributária (36,7%), os juros elevados (29,5%) e a demanda interna fraca (28,3%).

Apesar do cenário desafiador, as expectativas para os próximos seis meses permanecem positivas, embora tenham sofrido leve queda. A intenção de investimento manteve-se praticamente estável em julho, marcando 56,2 pontos.

A pesquisa foi realizada entre 1º e 10 de julho com 1.486 empresas de diferentes portes.