A movimentação ocorre dias após a habilitação de 183 novas exportadoras brasileiras para vender café à China FOTO: Freepik

Em meio à entrada em vigor da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos ao café brasileiro, a China tem ampliado os sinais de aproximação comercial com o setor. Somente nesta semana, a embaixada chinesa em Brasília publicou três postagens nas redes sociais exaltando o produto nacional.

Nessa terça-feira (5), a embaixada destacou a chegada de empresas chinesas de delivery ao Brasil e reforçou que a relação entre os dois países é “de mão dupla”, com o café brasileiro ganhando espaço no mercado chinês. A publicação faz menção indireta à Meituan, gigante chinesa que anunciou investimento de US$ 1 bilhão no país.

A movimentação ocorre dias após a habilitação de 183 novas exportadoras brasileiras para vender café à China, medida que entrou em vigor no fim de julho e valerá por cinco anos. O anúncio anterior, feito no sábado (2), foi acompanhado por elogios ao produto nacional e otimismo sobre o crescimento do consumo da bebida no país asiático.

Embora o consumo per capita de café na China ainda seja baixo — cerca de 16 xícaras por ano, frente à média global de 240 —, o mercado tem demonstrado expansão, o que abre oportunidades para o Brasil, principal produtor mundial.

A ofensiva diplomática acontece no momento em que o setor brasileiro enfrenta o impacto direto das tarifas americanas. Os EUA são responsáveis por cerca de um terço das importações de café do Brasil. Exportadores esperavam uma possível exclusão da bebida da lista de produtos afetados pelo tarifaço, o que não se concretizou.