A OMC revisou suas projeções para baixo e agora espera uma leve queda de 0,2% no comércio de mercadorias

O comércio global de bens teve alta de 2,9% em 2024, superando o crescimento do PIB mundial (2,8%) e encerrando uma sequência de anos em que a atividade comercial avançava menos que a economia, segundo relatório anual divulgado nessa quinta-feira (7) pela Organização Mundial do Comércio (OMC).

Já o comércio de serviços comerciais avançou ainda mais: 6,8% em volume e 9% em valor. Setores como viagens (+13%) e serviços digitais (+8,3%) puxaram o resultado.

Apesar do desempenho positivo, as perspectivas para 2025 são mais cautelosas. A OMC revisou suas projeções para baixo e agora espera uma leve queda de 0,2% no comércio de mercadorias e crescimento mais modesto de 4% nos serviços.

Entre os fatores que explicam a revisão estão o aumento de tarifas e a incerteza nas políticas comerciais internacionais.

A China foi destaque nas exportações, com US$ 3,58 trilhões, enquanto os Estados Unidos lideraram as importações (US$ 3,36 trilhões). O superávit chinês cresceu cerca de 20%, chegando a US$ 990 bilhões, impulsionado por menor demanda interna.

A Europa foi a única região com queda nas trocas comerciais, impactada pela retração de 3,2% no comércio intra-União Europeia. Sem o bloco, o crescimento global de mercadorias teria sido de 4,3%.

Para a OMC, mesmo setores não diretamente afetados por tarifas, como os serviços, devem sentir reflexos do cenário mais contido, especialmente em áreas como transporte e logística.