Powell afirmou que o emprego nos Estados Unidos mostra sinais de equilíbrio, mas alertou para a possibilidade de quedas rápidas caso a situação se deteriore

O aguardado discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), em Jackson Hole trouxe alívio aos mercados financeiros. O chefe do banco central americano indicou que um corte de juros está no horizonte, embora tenha ressaltado que a decisão será tomada com cautela, diante da resiliência do mercado de trabalho e dos riscos de inflação.

Powell afirmou que o emprego nos Estados Unidos mostra sinais de equilíbrio, mas alertou para a possibilidade de quedas rápidas caso a situação se deteriore. Ele também destacou que as tarifas podem gerar pressões inflacionárias persistentes, exigindo atenção redobrada da autoridade monetária.

O encontro anual em Jackson Hole ganhou peso adicional neste ano por causa da tensão política. O presidente Donald Trump tem criticado duramente a política monetária restritiva do Fed e chegou a sugerir que poderia antecipar o fim do mandato de Powell, que termina em maio de 2026. Apesar disso, o chair só pode ser afastado em casos graves, como má conduta.

Atualmente, os juros americanos estão na faixa entre 4,25% e 4,50%. Para Powell, a política segue em território restritivo, mas a mudança no equilíbrio de riscos pode justificar ajustes. Parte dos dirigentes do Fed, como Christopher Waller, defende cortes já no curto prazo para sustentar o mercado de trabalho.

As declarações de Powell aumentaram as apostas de que a redução ocorrerá no encontro do Comitê Federal de Mercado Aberto, nos dias 16 e 17 de setembro. Após o discurso, os principais índices de Wall Street subiram mais de 1% e as chances de corte passaram de 75% para quase 90%, segundo operadores.

No Brasil, o dólar recuou mais de 1% frente ao real, enquanto o índice da moeda americana no exterior caiu 0,76% em relação a uma cesta de divisas.