O Brasil também será afetado, com perdas estimadas em US$ 8,7 bilhões — o equivalente a 2,58% das exportações totais do país

As tarifas comerciais aplicadas pelo governo de Donald Trump podem gerar perdas de US$ 450,1 bilhões (cerca de R$ 2,5 trilhões) em todo o mundo, segundo levantamento da ONU em parceria com a Fundação Hinrich e a consultoria TINA. O impacto equivale a uma redução de 0,8% no PIB real dos Estados Unidos ao longo da próxima década.

O efeito mais severo recai sobre a China (queda de US$ 156,6 bilhões), a União Europeia (–US$ 92,6 bilhões) e o Japão (–US$ 27,7 bilhões). O Brasil também será afetado, com perdas estimadas em US$ 8,7 bilhões — o equivalente a 2,58% das exportações totais do país em 2024, que somaram US$ 337 bilhões.

Nos Estados Unidos, estudo da Universidade de Yale indica que os consumidores já enfrentam tarifas médias de 18,6% sobre bens importados, o maior nível desde 1933. O encarecimento é mais visível em itens como roupas e calçados (até 39% de alta), veículos (mais US$ 6 mil no preço médio de um carro novo) e alimentos.

O relatório também projeta que a política tarifária pode reduzir a renda das famílias em até US$ 2,7 mil em 2025, com maior peso sobre os lares de baixa renda.

Apesar do efeito negativo, o governo Trump celebra a arrecadação recorde. Só em julho, o Tesouro americano recolheu US$ 30 bilhões em tarifas, avanço de 242% frente ao mesmo mês de 2024.

Economistas, no entanto, avaliam que os ganhos fiscais não compensam as perdas em setores como agricultura e construção, que já mostram retração. Para a Fundação Hinrich, os números indicam que a inflação deve permanecer elevada por mais tempo, adiando expectativas de alívio no custo de vida.