INVESTIMENTOS ESTRATÉGICOS
Nvidia aposta em Brasil e México como hubs de inteligência artificial
Por Redação - Em 02/09/2025 às 10:00 AM

No último trimestre fiscal, a Nvidia registrou receita de US$ 46,7 bilhões, alta de 56%
A Nvidia, líder mundial em chips para inteligência artificial (IA), voltou seus olhos para a América Latina em meio à divulgação de resultados financeiros que confirmaram a força da demanda global por IA. A companhia anunciou planos de intensificar investimentos em infraestrutura, capacitação de profissionais e implantação de data centers na região, com destaque para Brasil e México.
Segundo o diretor da Nvidia para a América Latina, Márcio Aguiar, os dois países devem assumir papel de protagonismo no setor. “O Brasil segue como o maior mercado, mas o México também desponta com potencial para se tornar um hub regional de inteligência artificial”, afirmou em entrevista à Bloomberg Línea.
Resultados e estratégia global
No último trimestre fiscal, a Nvidia registrou receita de US$ 46,7 bilhões, alta de 56% em relação a igual período do ano anterior. Para os próximos três meses, a previsão é de US$ 54 bilhões, em linha com as expectativas de Wall Street. Mesmo com a queda de 4% das ações após o anúncio, o valor de mercado da empresa permanece em torno de US$ 4,28 trilhões.
As projeções, contudo, ficaram abaixo das estimativas mais otimistas em razão da exclusão da China, onde restrições comerciais dos Estados Unidos limitam as exportações de chips avançados.
O papel do México
O México ganhará destaque no mapa estratégico da empresa. Nos dias 11 e 12 de novembro, deve ser oficializado um programa nacional de IA, fruto da parceria entre governo, iniciativa privada e Nvidia. A iniciativa prevê instalação de data centers a partir de 2026, além de programas de treinamento para engenheiros locais.
Segundo Aguiar, grandes corporações mexicanas já demonstraram interesse em participar do projeto. “É muito provável que os primeiros data centers tenham 100% de tecnologia Nvidia”, disse.
Perspectivas para a região
Atualmente, a América Latina representa menos de 5% da receita da companhia. A expectativa, no entanto, é de crescimento, impulsionado pela chegada de hyperscalers — grandes operadores globais de computação em nuvem como AWS, Microsoft Azure e Google Cloud — e pela disponibilidade de energia limpa e mais barata que em outras regiões.
O Brasil já colabora com a Nvidia no Plano Brasileiro de Inteligência Artificial, enquanto cidades mexicanas como Monterrey surgem como polos tecnológicos pela proximidade com os EUA e força industrial. Outros países, como Argentina, Uruguai e Costa Rica, também buscam se inserir nesse movimento.
Desafios e oportunidades
O maior desafio para a região, segundo Aguiar, ainda é a escassez de mão de obra qualificada. “Não há como investir sem talento humano. Estamos apenas no início dessa jornada”, afirmou.
Com restrições no mercado chinês, a empresa também vê na América Latina uma oportunidade estratégica, favorecida pelo movimento de nearshoring e pela oferta de matérias-primas, como minerais raros no Brasil.
Para Aguiar, o ciclo da inteligência artificial está longe de atingir seu auge. “Não há um limite, há um começo. A América Latina está despertando para esse futuro”, concluiu.
Mais notícias
Conexão Criativa



























