Em apenas cinco meses de operação, o programa Crédito do Trabalhador, lançado pelo Governo Federal em março, consolidou-se como uma das principais ferramentas de acesso ao crédito no Brasil. De acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), já foram concedidos R$ 30,2 bilhões em empréstimos, alcançando mais de 4,2 milhões de trabalhadores e movimentando a economia.

Carteira trabalho assinada é condição inicial para a concessão dos créditos                   Foto: Divulgação

Atualmente, 122 instituições consignadas estão habilitadas a operar na plataforma, das quais 62 já em plena atividade. A iniciativa contempla empregados com carteira de trabalho assinada, incluindo microempreendedores individuais (MEIs), trabalhadores domésticos e rurais, e tem como foco ampliar a inclusão financeira da população vinculada ao FGTS.

O programa vem se destacando por oferecer condições mais vantajosas de crédito, com um ticket médio de R$ 7.179,18 e taxa de juros mensal de 3,59% – inferior às praticadas em modalidades como cartão de crédito, cheque especial e crédito pessoal consignado. Estes recursos são utilizados para os mais variados fins, inclusive compra de bens de consumo, movimentando a enconomia nacional.

Iniciativa com grande alcance

Segundo Cláudia Amira, diretora-executiva da Associação Brasileira de Crédito Digital (ABCD), o perfil dos beneficiários revela o alcance social da iniciativa. “Os dados do Governo Federal demonstram que a maior parte dos empréstimos via plataforma do Crédito do Trabalhador, algo em torno de 60%, refere-se a indivíduos que recebem até quatro salários mínimos, indicador de que a modalidade tem sido prioritariamente buscada por uma parcela da população que, tradicionalmente, encontrava barreiras para acessar recursos financeiros”, destaca.

Ela ressalta o papel transformador do programa, pois em pouco mais de cinco meses, já é possível afirmar que o Crédito do Trabalhador desempenha papel importante para a democratização do crédito e também para a inclusão no sistema financeiro. “O programa também facilita o crédito para trabalhadores de pequenas e médias empresas que não eram atendidas no modelo de consignado anterior. Com o avanço dos mecanismos de portabilidade e migração de contratos, que estão em andamento, a perspectiva é que o volume de beneficiados cresça ainda mais”, acrescenta Amira.

O processo de migração de contratos de crédito consignado já está em curso: mais de 4 milhões de contratos antigos, somando cerca de R$ 40 bilhões, estão sendo transferidos para o modelo do Crédito do Trabalhador. A expectativa é de que o procedimento seja concluído em novembro, quando os trabalhadores passarão a ter liberdade de mudar seus contratos para instituições que ofereçam melhores condições. Além disso, a partir do final deste ano, entrará em vigor a possibilidade de utilização de até 10% do saldo do FGTS como garantia nas operações de crédito, medida que deve ampliar ainda mais o alcance e a segurança do programa.