O grupo mineiro passou a deter 24,5% da Companhia Brasileira de Distribuição, superando a fatia de 22,5% do Casino, tradicional acionista do GPA

A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) autorizou, sem restrições, a compra de participação no Grupo Pão de Açúcar (GPA) pela família Coelho Diniz. Com a operação, publicada nessa terça-feira (2) no Diário Oficial da União, o grupo mineiro passou a deter 24,5% da Companhia Brasileira de Distribuição (CBD), superando a fatia de 22,5% do Casino, tradicional acionista do GPA.

O Cade concluiu que a transação não gera riscos concorrenciais, já que não há sobreposição de atuação nos municípios onde as empresas operam. A CBD possui lojas em diversas regiões do país, enquanto a rede Coelho Diniz concentra suas 22 unidades no leste de Minas Gerais, sem presença em Uberlândia — único município mineiro atendido pelo Pão de Açúcar.

A trajetória da família no GPA começou em fevereiro, com a compra de 5% das ações. Em poucos meses, a participação foi ampliada gradualmente até atingir o percentual atual, que garante influência significativa na companhia. O parecer do Cade avaliou que a aquisição configura apenas substituição de agente econômico, dispensando análise mais profunda.

O GPA informou em fato relevante à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que os novos acionistas apresentaram proposta de chapa para o conselho de administração. Entre os nomes indicados estão André Luiz Coelho Diniz, Gustavo Lobato, Leandro Assis Campos e Marcelo Ribeiro Pimentel. A companhia convocará assembleia geral extraordinária para deliberar sobre a composição.

A família Coelho Diniz é reconhecida pela atuação no setor supermercadista em Minas Gerais e agora inicia um processo de expansão nacional. Para especialistas, a entrada no GPA representa um marco estratégico para ampliar sua presença no varejo brasileiro.