Disputa argentina
Peronismo vence Milei em Buenos Aires e amplia projeção nacional de Axel Kicillof
Por Julia Fernandes Fraga - Em 08/09/2025 às 1:49 PM

Eleições provinciais na Argentina revelam cenário difícil para o presidente Javier Milei. Foto: Montagem/Reprodução/Redes sociais
A Argentina foi às urnas neste domingo (7) e, segundo a Junta Eleitoral, a coalizão peronista Força Pátria (47%) saiu vencedora no pleito legislativo de Buenos Aires frente à Liberdade Avança (LLA) (33,8%), partido do presidente Javier Milei.
A disputa renovou também 46 assentos dos 92 do Congresso provincial, 23 das 46 bancadas do Senado local, além de vereadores e orientadores escolares em 135 municípios argentinos.
Embora a governabilidade de Milei não estivesse diretamente em jogo, a derrota na capital antecipa o clima para a eleição nacional de 26 de outubro.
Ao reconhecer o resultado, o presidente pediu autocrítica, mas reafirmou sua agenda liberal.
“O que precisamos deixar claro é que, sem dúvida, no plano político, sofremos uma clara derrota hoje. Se alguém quiser começar a reconstruir e seguir em frente, a primeira coisa que precisa aceitar são os resultados. Sofremos um revés eleitoral e precisamos aceitá-lo. […] Quero avisar aos argentinos que o rumo que tomamos desde 2023 não vai se modificar, vai redobrar. Vamos melhorar a cada dia para ter um resultado melhor no dia 26 de outubro”, afirmou.
Números
Os resultados jogaram luz sobre o nome do governador Axel Kicillof, peronista, tido como principal figura da oposição e possível presidenciável em 2027. Ele celebrou a vitória em La Plata sob gritos de “Axel Presidente”.
O partido Somos Buenos Aires, que tentou se apresentar como terceira via, alcançou apenas 5% dos votos.
63% dos eleitores votaram, índice acima do esperado para eleições provinciais na Argentina que são tradicionalmente menos concorridas que as nacionais.
No mapa eleitoral, a Força Pátria venceu em seis dos oito distritos, incluindo a Terceira Seção (54% a 28%) e a Primeira, que juntas concentram 70% do eleitorado. A LLA garantiu vitórias apenas na Quinta e Sexta seções.
Escândalo e fissuras internas
A disputa, embora regional, foi nacionalizada pela crise no governo Milei. Há duas semanas, sua irmã e secretária-geral da Presidência, Karina Milei, foi acusada de cobrar propina de farmacêuticas para compras governamentais.
Além disso, a separação da eleição provincial da nacional expôs rachas no peronismo. Enquanto Alex Kicillof comandava o comitê em La Plata, Máximo Kirchner — líder da ala La Cámpora e filho de Cristina Kirchner — reuniu militância em Buenos Aires.
Kicillof, em tentativa de unidade, transmitiu mensagem de Cristina aos apoiadores e chamou sua prisão domiciliar de “injusta”, reforçando agradecimentos também ao ex-ministro, Sergio Massa.
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