O CEO da Latam, Roberto Alvo, explicou que a estratégia busca atender regiões ainda pouco conectadas pelo transporte aéreo

A Latam Airlines fechou um acordo com a Embraer para adquirir até 74 jatos narrowbody, sendo 24 pedidos firmes e 50 opções de compra, informou a companhia na última segunda-feira (22). As entregas começam no segundo semestre de 2026 e devem viabilizar a abertura de 35 novos destinos na América Latina, sobretudo em cidades de médio e pequeno porte.

O CEO da Latam, Roberto Alvo, explicou que a estratégia busca atender regiões ainda pouco conectadas pelo transporte aéreo. “São localidades menores, com demanda mais restrita, que exigem aeronaves compatíveis”, afirmou em entrevista.

A decisão marca mais um passo da empresa após a reestruturação no Chapter 11 em 2020. Desde então, a aérea registrou lucro ajustado recorde em 2024 e revisou para cima suas projeções duas vezes em 2025. Apesar do ritmo acelerado de expansão, a Latam ainda busca melhorar sua classificação de crédito, atualmente em território especulativo.

A compra de aviões menores pode aumentar a concorrência em rotas regionais brasileiras, hoje dominadas pela Azul, que passa por processo de reestruturação nos EUA. Analistas avaliam que o movimento pressiona a rival, ao ampliar a disputa em mercados onde a companhia tinha pouca competição.

Fora do Brasil, a Latam mantém foco em rotas internacionais. Na Argentina, mesmo com a política de “céus abertos” do governo Javier Milei, a companhia não pretende retomar voos domésticos no curto prazo. Já no Peru, a expectativa é aproveitar a ampliação da conectividade com o novo aeroporto de Lima.

Na bolsa chilena, as ações da Latam acumulam valorização de 68% em 2025, embora sua dívida ainda pese na avaliação das agências de rating. A companhia deve decidir em outubro se fará o pré-pagamento de títulos com vencimento em 2030.