No início de setembro, uma missão empresarial organizada pela CNI levou cerca de 130 executivos a Washington em busca de interlocução com autoridades e parlamentares

O encontro inesperado entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o norte-americano Donald Trump, em Nova York, durante a Assembleia Geral da ONU, foi visto pelo setor empresarial brasileiro como uma oportunidade de reabrir canais de diálogo e reduzir tensões comerciais com os Estados Unidos.

Executivos do agronegócio, especialmente do setor de carnes, demonstraram otimismo. Representantes de frigoríficos, que atualmente enfrentam sobretaxa de 50% para exportar aos EUA, avaliaram que a aproximação pode abrir espaço para negociações. “O Brasil passou de um cenário sem contato algum com Washington para uma possibilidade real de conversas de alto nível”, relatou um dirigente do setor.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) também destacou o impacto positivo da sinalização de Trump. Em nota, o presidente da entidade, Ricardo Alban, afirmou que o gesto fortalece a expectativa de um processo de negociação sobre tarifas, lembrando que Brasil e EUA têm relações econômicas de mais de dois séculos.

Para lideranças empresariais, caberá agora ao governo brasileiro conduzir um diálogo produtivo e pragmático. A avaliação é que, apesar das incertezas, a abertura de um canal direto entre os dois presidentes pode favorecer não apenas o comércio, mas também áreas de cooperação em inovação, sustentabilidade e investimentos.

No início de setembro, uma missão empresarial organizada pela CNI levou cerca de 130 executivos a Washington em busca de interlocução com autoridades e parlamentares. A expectativa é que o encontro bilateral abra caminho para avanços concretos nas relações comerciais entre os dois países.