Emergência pública
Tarcísio instala gabinete de crise para monitorar casos e PF investiga bebidas adulteradas
Por Julia Fernandes Fraga - Em 30/09/2025 às 4:31 PM

Tarcísio de Freitas instalou gabinete de crise para investigar os casos. Foto: Arthur Pacheco/Governo do Estado de SP
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), anunciou nesta terça-feira (30) a criação de um gabinete de crise para monitorar os casos de intoxicação por metanol em bebidas adulteradas. O grupo se reunirá periodicamente e terá como primeira medida a interdição cautelar de estabelecimentos onde houve consumo das bebidas investigadas.
Segundo Tarcísio, trata-se de um problema “estrutural”, sem ligação com o crime organizado. “Não há evidência nenhuma de que haja participação do PCC. Os inquéritos têm apontado pessoas que atuam de forma isolada em destilarias clandestinas, sem relação entre si e sem vínculo com crime organizado”, afirmou o governador, rejeitando especulações recentes sobre o tema.
Freitas destacou que apenas em setembro foram realizadas 43 mil fiscalizações em estabelecimentos comerciais e que, nos últimos dias, 50 mil garrafas suspeitas e 15 milhões de selos fraudados foram apreendidos. Ele também citou mudanças em normas da Receita Federal em 2016 como fator que fragilizou o controle do setor.
Inquéritos abertos
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, também informou nesta terça (30) que solicitou à Polícia Federal a abertura de inquérito para investigar a origem e uma possível rede de distribuição do metanol. “Sendo uma ocorrência que transcende limites de um estado, isso atrai a competência da Polícia Federal”, explicou o ministro.
A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) também instaurou inquérito administrativo para acompanhar o caso. “A adulteração de produtos constitui crime comum, capitulado no Código Penal no artigo 272. E também a venda, a distribuição de produtos adulterados constitui crime, de acordo com o Código do Consumidor”, completou Lewandowski.
Riscos e balanço
A intoxicação por metanol é considerada emergência médica grave, podendo levar à cegueira e à morte. Os sintomas podem surgir entre seis e 24 horas após a ingestão, com visão turva, náuseas, vômitos, tontura e confusão mental.
Desde junho, São Paulo registrou seis casos confirmados de intoxicação ligados a bebidas adulteradas. Atualmente, dez casos estão sob investigação, dos quais três resultaram em morte.
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