Representantes do Brasil, Holanda e Alemanha debateram a transição energética              Fotos: Gecom/FIEC

A Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) tornou-se, a partir desta quarta-feira (8), palco de um dos encontros mais relevantes sobre transição energética na América Latina: o H2LATAM Summit Brazil. Com o tema ‘Transformando a economia com Hidrogênio Verde: Perspectivas para a América Latina e o Caribe’, o evento reúne, até quinta-feira (9), especialistas, executivos, investidores e autoridades governamentais para debater os caminhos e as oportunidades da economia do Hidrogênio Verde (H²V) na região.

A cerimônia de abertura contou com a presença de representantes da FIEC, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), dos governos da Alemanha, do Ceará e do Brasil, além do Banco do Nordeste (BNB), evidenciando a relevância estratégica do encontro para o fortalecimento de parcerias internacionais e para o avanço da agenda energética sustentável no País.

Ceará em posição de liderança

Na abertura do evento, o presidente da FIEC, Ricardo Cavalcante, ressaltou o papel central que o Ceará vem assumindo no cenário da transição energética global. “Vivemos um tempo em que o mundo busca segurança energética, neutralidade climática e novas pontes de cooperação. E é nesse exato momento que o Ceará se apresenta não apenas como destino, mas como resposta. Resposta com sol e vento, com infraestrutura e talento, com visão de futuro e confiança no que pode construir ao lado de seus parceiros”, afirmou.

Cavalcante destacou ainda a importância das parcerias estratégicas entre governos, empresas e instituições para consolidar a cadeia de produção do H²V, mencionando a cooperação com Alemanha e Holanda, a atuação do Porto do Pecém e o trabalho conjunto entre a GIZ e a própria FIEC.

Parcerias internacionais e cooperação técnica

A vice-governadora do Ceará, Jade Romero, destacou o papel das alianças estratégicas para impulsionar o desenvolvimento regional e a economia de baixo carbono no Estado. “Com condições climáticas privilegiadas, mão de obra qualificada e instituições engajadas, estamos preparados para fortalecer parcerias estratégicas, ampliar cadeias produtivas sustentáveis e consolidar o Ceará como referência nacional e internacional na economia de baixo carbono”.

Já o vice-embaixador da Alemanha no Brasil, Wolfgang Bindseil, ressaltou a importância estratégica do H2LATAM Summit Brazil no contexto da cooperação internacional. “O hidrogênio está trazendo uma nova dimensão para essa relação única, intensificando o diálogo entre governos e impulsionando novos níveis de colaboração industrial”.

Representando o Ministério da Economia e Ação Climática da Alemanha (BMWK), Christian Storost, chefe da Divisão Internacional de Expansão do Hidrogênio, enfatizou o caráter transformador do encontro. “Este encontro é sobre transformar a economia, mas, acima de tudo, sobre criar perspectivas”, afirmou, destacando que a transição energética deve ser encarada como um esforço coletivo capaz de gerar confiança, inovação e desenvolvimento sustentável.

Acordos estratégicos reforçam cooperação Brasil-Alemanha

Acordos importantes foram assinados no primeiro dia do evento realizado na Casa da Indústria

Durante a cerimônia, foram assinados importantes documentos que fortalecem a parceria internacional na área do Hidrogênio Verde. Entre eles, destaca-se a Carta de Intenções entre o Governo do Ceará, a Renânia do Norte-Vestfália e a FIEC, que estabelece um protocolo de cooperação mútua baseado em reciprocidade, confiança e desenvolvimento sustentável. O acordo prevê diálogo estratégico em áreas como energias renováveis e fontes climaticamente neutras, economia ambiental, beneficiamento de matérias-primas, logística portuária e qualificação profissional.

Outros dois acordos importantes foram firmados. O primeiro, entre a GIZ e a Tünkers, visa integrar o Hidrogênio Verde a processos industriais de aquecimento, com foco na descarbonização de cabines de pintura automotiva, substituindo combustíveis fósseis convencionais. O segundo acordo envolve GIZ, AHK e Wilo no projeto ‘H2 Power Plants for LATAM’, que busca desenvolver usinas de Hidrogênio Verde na América Latina, combinando inovação tecnológica, investimento privado e expertise internacional.