Retrato de Marina Perez Simão – Foto: Mauro Restiffe

A exposição Marina Perez Simão – Diapasão entra em seus últimos dias no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, onde segue em cartaz até 19 de outubro com entrada gratuita. Com curadoria de Paulo Miyada, a mostra reúne cerca de 80 obras, entre pinturas, aquarelas e cadernos de estudos, e marca a primeira grande exposição institucional da artista no Brasil.

O título Diapasão remete ao instrumento usado para afinar sons — aqui transformado em metáfora para a harmonia entre cor, espaço e percepção. A artista propõe um mergulho cromático que ultrapassa a imagem, criando composições que parecem vibrar na presença do espectador.

Reconhecida como uma das grandes coloristas de sua geração, Marina Perez Simão explora o gesto e o ritmo da pintura como campos sensoriais. Cada tela nasce de um processo rigoroso, que combina estudos em aquarela e experimentações com pigmentos, até alcançar superfícies que equilibram intensidade e silêncio.

A mostra ocupa a maior sala do Instituto, especialmente adaptada para receber obras que traduzem os 15 anos de trajetória da artista — da leveza dos primeiros desenhos e aquarelas ao vigor das grandes pinturas a óleo criadas entre 2024 e 2025. O percurso conduz o visitante a uma experiência imersiva, na qual luz e cor parecem respirar juntas.

Como explica o curador Paulo Miyada, “Cada cor, escolhida e preparada antes de encostar na tela, define um campo, uma onda, um órgão da pintura, o qual se justapõe ou sobrepõe a outros campos, ressoando em uníssono, sem se diluir ou se confundir”.