2% sobre os ativos

Lula propõe imposto global sobre super-ricos para financiar combate à fome

Por Redação - Em 13/10/2025 às 1:49 PM

Lula Foto Ricardo Stuckert

Sem citar diretamente o tarifaço global anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Lula criticou o aumento de tensões econômicas FOTO: Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, nesta segunda-feira (13), a criação de um imposto global de 2% sobre os ativos dos super-ricos. A proposta, segundo ele, permitiria levantar recursos suficientes para erradicar a fome no mundo. A declaração foi feita durante a abertura do Fórum Mundial da Alimentação, em Roma.

De acordo com Lula, 673 milhões de pessoas vivem em situação de insegurança alimentar. “Garantir três refeições diárias a essas pessoas custaria cerca de US$ 315 bilhões, o equivalente a apenas 12% dos US$ 2,7 trilhões gastos anualmente com armamentos. Com um imposto de 2% sobre o patrimônio dos super-ricos, seria possível alcançar esse valor”, afirmou.

O presidente relacionou a crise alimentar à desigualdade global e defendeu uma reforma da arquitetura financeira internacional, destacando que o combate à fome exige mudanças estruturais no sistema econômico. “Não basta produzir, é preciso distribuir”, reforçou.

Lula também propôs medidas para apoiar países que enfrentam altos índices de fome, como redução de dívidas, empréstimos mais baratos e aperfeiçoamento dos sistemas tributários. Ele defendeu ainda que os governos priorizem os mais vulneráveis nas políticas públicas: “É preciso colocar o pobre no orçamento”, disse.

Sem citar diretamente o tarifaço global anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Lula criticou o aumento de tensões econômicas e afirmou que “a fome é irmã da guerra — inclusive da guerra tributária”.

Ao encerrar seu discurso, o presidente destacou o papel essencial da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) no combate à fome e cobrou cooperação internacional diante das mudanças climáticas. Ele lembrou que a COP-30, marcada para novembro de 2025 em Belém (PA), será uma oportunidade para alinhar ações globais contra a pobreza, a fome e os impactos do clima.

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