ENERGIAS RENOVÁVEIS
Tratamento igualitário entre usinas pode resolver problemas de cortes de energia
Por Marcelo Cabral - Em 23/10/2025 às 5:19 PM

Energias solar e eólica formam a base da martiz energética renovável do Brasil Foto: Divulgação
O presidente do Consórcio Nordeste e governador do Piauí, Rafael Fonteles, afirmou que os problemas com cortes de energia em usinas eólicas e solares podem ser solucionados se o Congresso Nacional garantir a essas empresas o mesmo tratamento de indenização concedido às hidrelétricas. A declaração foi feita durante evento sobre Powershoring no Nordeste, realizado na sede do Banco do Nordeste (BNB), nesta quinta-feira (23).
Fonteles criticou a prática do curtailment – a redução obrigatória da geração de energia para estabilizar o sistema elétrico nacional. “Se o corte de energia não foi provocado pela própria usina solar ou eólica, então que seja estabelecido um regramento para que esses empreendedores não sejam prejudicados, o que termina por dificultar novos investimentos nos nossos estados do Nordeste”, afirmou.
O governador defendeu que, quando o corte é imposto por razões de segurança do sistema, os empreendedores devem ser indenizados. “O fato é que essas autorizações foram dadas pelo poder público. Então, naturalmente, se tem que haver o corte de geração pela segurança do sistema, a meu ver, esses empreendedores têm que ser compensados”, disse Fonteles.
Desigualdade nos investimentos
Ele também destacou a desigualdade na distribuição de recursos nacionais, pois mesmo com níveis de endividamento menores, os estados do Nordeste recebem menos investimentos em infraestrutura que os do Sudeste. “Enquanto estados no Nordeste estão entre os menos endividados, em outros do Sudeste a dívida supera R$ 200 bilhões. E isso acontece porque, em algum momento da história, a União investiu fortemente em infraestrutura nestes estados”, afirmou.
O governador apontou que a Região Nordeste responde por 14% do PIB e 27% da população do País, mas recebe apenas 9,9% do crédito produtivo nacional. Ele negou que a limitação de crédito seja causada pela falta de projetos, citando a ‘Chamada Nordeste’, iniciativa que ofereceu R$ 10 bilhões em financiamentos, mas recebeu R$ 130 bilhões em propostas, a maior parte delas voltada para a geração de energia renovável.
Rafael Fonteles defendeu, ainda, o avanço da infraestrutura de transmissão e a adoção de baterias de armazenamento, financiadas com recursos nacionais, para permitir o crescimento sustentável da produção de energia limpa na região.
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