FABRICANTE EUROPEIA
Airbus reforça presença no Brasil e aposta em aviões médios para expandir na América Latina
Por Redação - Em 28/10/2025 às 12:00 PM

Apesar da concorrência com a brasileira Embraer, a Airbus vê espaço para avançar com aeronaves médias e versáteis, como o A220
A Airbus planeja consolidar sua posição no mercado brasileiro de aviação comercial apostando em aeronaves de capacidade média, voltadas tanto para rotas regionais quanto para conexões com países vizinhos. A estratégia foi destacada pelo presidente da empresa para a América Latina e Caribe, Arturo Barreira, que vê o Brasil como peça-chave nos planos de expansão da fabricante europeia.
O otimismo ganhou fôlego após o Grupo Abra, controlador da Gol, confirmar o exercício de 50 novas opções de compra do modelo A320neo, somando 138 unidades encomendadas até 2032. “É uma decisão que reforça nossa parceria com o grupo e amplia nossa presença no país”, afirmou Barreira, citando também o compromisso do grupo com o modelo A350.
Com presença consolidada no Brasil há cinco décadas, a Airbus mantém operações locais por meio da Helibras e centros de engenharia, manutenção e treinamento. Barreira afirma que o país é “um dos mercados mais estratégicos” da fabricante na região, pela diversidade de atividades e pelo potencial de crescimento do setor aéreo.
Apesar da concorrência com a brasileira Embraer, a Airbus vê espaço para avançar com aeronaves médias e versáteis, como o A220, capaz de atender rotas domésticas curtas e voos regionais. “Há grande potencial de expansão de rotas secundárias na América Latina”, disse o executivo, citando que menos da metade dos 50 maiores aeroportos da região têm ligações diárias entre si.
Descarbonização e eficiência
Barreira reconhece que o maior desafio da indústria é reduzir as emissões de carbono. Ele destaca que os novos modelos da Airbus consomem até 25% menos combustível que a geração anterior e já são compatíveis com 50% de SAF (combustível sustentável de aviação) — índice que deve chegar a 100% até o fim da década. “O desafio não é técnico, é garantir oferta suficiente de combustível sustentável”, afirmou.
Política e concorrência
Questionado sobre a possibilidade de o Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac) condicionar linhas de crédito à compra de aeronaves da Embraer, o presidente regional evitou críticas, mas reforçou que o setor precisa seguir regras de concorrência alinhadas às normas da OCDE. “Políticas que incentivem competição e crescimento da indústria são sempre bem-vindas”, disse.
Cadeia produtiva em recuperação
Após enfrentar gargalos logísticos e falta de componentes nos últimos anos, a Airbus diz ver melhora gradual na cadeia de suprimentos. A empresa chegou a acumular 60 aviões prontos, mas sem motores disponíveis. “A situação está se normalizando. Esperamos encerrar o ano com as entregas em dia”, garantiu Barreira.
O executivo acrescentou que a Airbus e a Boeing devem concluir ainda este ano a compra de parte da Spirit Aerosystems, uma das principais fornecedoras globais do setor, medida que deve dar mais estabilidade à produção.
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