A Câmara dos Deputados norte-americana também irá analisar a pauta. Foto: Capitólio/Freepik

O Senado dos Estados Unidos aprovou a revogação de até 50% das tarifas de importação impostas pelo presidente Donald Trump sobre produtos brasileiros, como café, aço e carne bovina. A decisão, considerada simbólica, ainda depende de análise pela Câmara dos Deputados norte-americana, onde os republicanos são maioria e podem barrar a proposta.

Os senadores justificaram a medida afirmando que as sobretaxas aumentaram os custos e pressionaram a inflação sem base econômica, já que a balança comercial com o Brasil é favorável aos EUA. A iniciativa encerra a emergência nacional declarada por Trump em julho e é vista como um gesto de reaproximação entre os dois países, após o recente encontro entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Kuala Lumpur, na Malásia.

Essa ação faz parte de um pacote de três projetos sobre tarifas internacionais que o Senado norte-americano pretende votar nesta semana. Apesar do avanço, especialistas avaliam que a decisão tem caráter político e simbólico, com impacto imediato limitado até que a Câmara dos EUA delibere sobre o tema.

Repercussão

No Brasil, o presidente da Comissão de Relações Exteriores, senador Nelsinho Trad (PSD-MS), celebrou a decisão e destacou o papel do diálogo diplomático.

“Nossa missão nos Estados Unidos foi fundamental para sermos ouvidos. Essa é uma vitória também do agronegócio, feito por gente que trabalha duro, de sol a sol. É uma luta incansável por quem produz e gera empregos”, afirmou.

A vice-presidente da comissão, senadora Tereza Cristina (PP-MS), também elogiou o resultado. Para ela, a aprovação reflete o êxito das negociações conduzidas por parlamentares brasileiros em Washington e reforça a importância de relações comerciais baseadas em confiança e previsibilidade.

Entidades como a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), a Associação Brasileira do Café (ABIC) e a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) receberam a notícia com otimismo, esperando que as tarifas restantes possam ser reavaliadas em um futuro acordo bilateral.