Sete Estados
Governadores manifestam apoio ao Rio e criam “Consórcio da Paz” para integrar ações de segurança
Por Julia Fernandes Fraga - Em 31/10/2025 às 10:49 AM

A iniciativa surgiu após a megaoperação ocorrida na cidade do Rio nesta semana. Foto: Governo do RJ/Divulgação/Agência Brasil
Sete governadores brasileiros anunciaram nessa quinta-feira (30) a criação do “Consórcio da Paz”, iniciativa para troca de informações de inteligência, apoio financeiro e cooperação de contingentes policiais no combate ao crime organizado. O anúncio ocorreu após a operação na cidade do Rio de Janeiro que deixou ao menos 121 mortos nos complexos do Alemão e da Penha.
A reunião foi realizada no Palácio Guanabara, com a presença dos governadores Cláudio Castro (PL-RJ), Romeu Zema (Novo-MG), Jorginho Mello (PL-SC), Eduardo Riedel (PP-MS), Ronaldo Caiado (União-GO) e da vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP). O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), participou por vídeo.
O Rio de Janeiro será a sede inicial do consórcio e responsável pela formalização do grupo, mas os governadores indicaram que o objetivo é incluir todos os estados do país.
“Vamos integrar as 27 unidades da Federação para trocar experiência e enfrentar essa onda de violência que atinge todo o país”, afirmou Jorginho Mello.
Operação Contenção e PEC do governo
Os governadores citados elogiaram a operação nos complexos da Penha e do Alemão. Para Romeu Zema, ela deve ser “considerada a mais bem-sucedida”. A ação deixou 121 mortos, entre eles quatro policiais, e resultou na apreensão de 93 fuzis. O alvo principal, Edgar Alves de Andrade, o Doca, apontado como chefe do Comando Vermelho, não foi preso.
Por outro lado, entidades e especialistas criticaram a letalidade da operação e relataram denúncias de abusos. Moradores da região classificaram a ação como “carnificina”.
Durante a reunião, os governadores falaram ainda que o consórcio busca ações “sem politização” e criticaram a PEC da Segurança Pública, apresentada pelo governo federal em abril deste ano.
“Querem transferir nossa autonomia e transformar em diretriz geral do Ministério da Justiça”, disse Ronaldo Caiado.
A PEC prevê que a União elabore a política nacional de segurança pública, com diretrizes obrigatórias para estados e municípios. O governo federal sustenta que o texto mantém a autonomia das forças estaduais.
Escritório emergencial
Na quarta (29), o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e o governador Castro anunciaram um escritório emergencial para integrar ações federais e estaduais contra o crime no Rio. O governo federal vai reforçar a Polícia Rodoviária Federal (PRF), ampliar o efetivo de inteligência e enviar peritos. Também autorizou a transferência de dez presos para presídios federais.
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