infraestrutura digital

Setor de tecnologia prevê salto de competitividade com novo regime tributário para data centers

Por Redação - Em 05/11/2025 às 2:00 PM

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Os investimentos em data centers no Brasil podem alcançar R$ 2 trilhões ao longo da próxima década

Empresas globais de tecnologia veem no Regime Especial de Tributação para Serviços de Datacenter (Redata) uma oportunidade de transformar o Brasil em um dos principais polos de infraestrutura digital do mundo. O novo modelo, que entra em vigor em 1º de janeiro de 2026, prevê isenção de tributos sobre a importação de equipamentos e deve reduzir de forma significativa o custo de instalação e operação de data centers no país.

Segundo projeções da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o impacto pode representar uma queda de até 34% na carga tributária efetiva, mas executivos do setor estimam uma redução ainda maior. Para companhias como Oracle e Nvidia, a mudança deve colocar o Brasil em patamar de competitividade internacional comparável a mercados como Estados Unidos e Europa.

“É um impacto muito grande. Podemos alcançar custos iguais ou até menores do que outros países, especialmente porque nossa energia é mais barata”, afirmou o diretor de GSI da divisão enterprise da Nvidia para a América Latina, Marcel Saraiva.

Um servidor equipado com oito GPUs — tecnologia essencial para aplicações de inteligência artificial — custa atualmente cerca de US$ 600 mil no Brasil. Com as novas regras, o valor deve cair para aproximadamente US$ 330 mil, o que ampliaria a atratividade de investimentos no país.

Além da energia mais barata — estimada em um quarto do custo dos Estados Unidos —, o espaço disponível para construção e o crescimento da demanda por processamento de dados reforçam o otimismo das gigantes de tecnologia.

Investimentos de R$ 2 trilhões

De acordo com a Anatel, os investimentos em data centers no Brasil podem alcançar R$ 2 trilhões ao longo da próxima década, com benefícios tributários estimados em R$ 701 bilhões. O plano prevê um salto na capacidade de processamento instalada, de 800 megawatts para até 3 gigawatts.

O presidente da Oracle Brasil, Alexandre Maioral, acredita que o potencial seja ainda maior. “Com o Redata, teremos uma redução significativa de impostos, que hoje chegam a mais de 50% sobre os equipamentos”, destacou, durante o Oracle AI World.

A expectativa é que, com incentivos adicionais de ICMS em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul, o país atinja níveis de competitividade semelhantes aos de Phoenix e Texas, nos Estados Unidos — regiões consideradas referência global no setor.

Com o Redata, o Brasil se posiciona para atrair novos data centers, ampliar empregos qualificados e consolidar-se como um dos principais eixos digitais da América Latina.

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