Roteiro de Baku a Belém

Brasil propõe mobilizar US$ 1,3 trilhão por ano em financiamento climático antes da COP30

Por Redação - Em 06/11/2025 às 1:04 PM

Floresta, Desmatamento, Sustentabilidade, Desenvolvimento Sustentável Foto Agência Brasil

O país busca liderar um novo pacto global de financiamento climático, transformando metas em resultados concretos FOTO: Agência Brasil

O Brasil apresentou um plano ambicioso para elevar o financiamento climático mundial a US$ 1,3 trilhão por ano, em meio aos preparativos para sediar a COP30, em Belém. O documento, intitulado Baku to Belém Roadmap (Roteiro de Baku a Belém), resume um ano de negociações e busca fortalecer a confiança nos esforços multilaterais contra as mudanças climáticas.

O plano propõe novas formas de cooperação financeira, com foco em ampliar doações, facilitar o acesso de países em desenvolvimento a recursos privados e envolver bancos multilaterais na redução do endividamento e no aumento do investimento em sustentabilidade.

Apesar do avanço diplomático, o Brasil enfrenta obstáculos políticos e financeiros. A União Europeia aprovou um compromisso de reduzir 90% das emissões até 2040, mas com cláusulas de flexibilidade que diminuem sua força. “A UE fez uma escolha perigosa hoje”, criticou Jeroen Gerlag, do Climate Group, apontando o impacto simbólico antes da conferência.

Outro revés veio do Reino Unido, que anunciou que não aportará recursos no Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) — iniciativa apoiada pelo governo brasileiro que pretende mobilizar US$ 125 bilhões para proteger florestas tropicais. A decisão causou frustração ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que havia solicitado pessoalmente o apoio ao primeiro-ministro britânico, Keir Starmer.

Em busca de apoio, Lula se reuniu com líderes europeus e chineses, incluindo Ursula von der Leyen, Alexander Stubb e Ding Xuexiang, reforçando o apelo por contribuições financeiras e compromisso político.

Mukhtar Babayev, presidente da COP29, destacou que a proposta brasileira exige um esforço coordenado e duradouro. “Estamos tentando redirecionar as forças das finanças globais — uma tarefa imensa, que requer vontade política e ação implacável”, afirmou.

Com Belém se preparando para receber líderes de todo o mundo, o desafio brasileiro vai além da logística: o país busca liderar um novo pacto global de financiamento climático, transformando metas em resultados concretos e reforçando seu papel de protagonista nas negociações ambientais internacionais.

Mais notícias

Ver tudo de IN Business