Com a aquisição, a Pfizer reforça sua aposta em um setor que vem transformando a indústria farmacêutica e deve movimentar centenas de bilhões de dólares na próxima década

A farmacêutica norte-americana Pfizer anunciou a compra da desenvolvedora de medicamentos para obesidade Metsera por US$ 10 bilhões (R$ 53,3 bilhões), superando a concorrente Novo Nordisk após semanas de negociações acirradas. O acordo, firmado na sexta-feira (7), reforça a entrada da Pfizer em um dos mercados mais promissores da indústria global: o de tratamentos contra a obesidade.

A Novo Nordisk, inicialmente favorita na disputa, desistiu no sábado (8) após a Metsera optar pela proposta revisada da Pfizer. A empresa citou riscos regulatórios nos Estados Unidos como principal motivo para rejeitar a oferta da dinamarquesa, que havia sido considerada mais atraente em um primeiro momento.

Com o novo acordo, a Pfizer pagará US$ 86,25 por ação, incluindo US$ 65,60 em dinheiro e um direito de valor contingente de até US$ 20,65 por ação — um prêmio de 3,69% em relação ao fechamento do pregão anterior.

Estratégia e oportunidades

A compra representa uma nova tentativa da Pfizer de se consolidar no segmento de terapias para perda de peso, após projetos anteriores sem sucesso. Mesmo com os produtos da Metsera ainda em fase de testes, o negócio é visto como uma jogada estratégica para disputar espaço com gigantes como Novo Nordisk e Eli Lilly, líderes no mercado de medicamentos com base em GLP-1.

A Pfizer afirmou esperar concluir a fusão após a aprovação dos acionistas da Metsera, em reunião prevista para 13 de novembro.

Perspectivas de crescimento

Entre os principais ativos da Metsera estão o MET-097i, um GLP-1 injetável, e o MET-233i, que simula a ação da amilina — hormônio ligado ao controle do apetite e da glicose. Segundo estimativas da Leerink Partners, esses medicamentos podem gerar US$ 5 bilhões (R$ 26,6 bilhões) anuais em vendas quando chegarem ao mercado.

Com a aquisição, a Pfizer reforça sua aposta em um setor que vem transformando a indústria farmacêutica e deve movimentar centenas de bilhões de dólares na próxima década.