Política ambiental
Senadores apontam distância entre discursos da COP 30 e realidade brasileira
Por Julia Fernandes Fraga - Em 12/11/2025 às 1:24 PM

Jorge Seif e Plínio Valério se manifestaram na sessão dessa terça, 11. Foto: Montagem
Em discursos no Plenário do Senado nessa terça-feira (11), os senadores Jorge Seif (PL-SC) e Plínio Valério (PSDB-AM) teceram críticas à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), realizada em Belém do Pará. Ambos afirmaram que o encontro tem se tornado “palco de discursos políticos e promessas sem impacto concreto na realidade do país e da Amazônia”.
Apesar das divergências políticas, os senadores defenderam que as políticas climáticas devem respeitar as particularidades brasileiras e equilibrar preservação ambiental com desenvolvimento econômico e social.
Agronegócio e poder
Jorge Seif afirmou que o Brasil estaria “ajoelhado a uma agenda ideológica imposta por potências estrangeiras” e defendeu o agronegócio nacional. Segundo ele, “o que está em jogo na COP 30 não é o clima, é o poder”. O senador argumentou que produtores rurais preservam o meio ambiente sem apoio financeiro, enquanto países europeus oferecem subsídios aos agricultores.
Criticou ainda o presidente francês Emmanuel Macron, por associar a soja brasileira ao desmatamento, e considerou “falsa a informação, já que a cultura ocupa menos de 1% da Amazônia Legal”.
O parlamentar também questionou o Plano Clima apresentado pelo governo à ONU, que prevê redução de 50% das emissões do agronegócio até 2035. “O Brasil quer cortar 67% das suas emissões. Isso não é política ambiental; é autossabotagem nacional”, declarou, destacando que o país já preserva 66% do território e alimenta mais de um bilhão de pessoas no mundo.
Realidade amazônica
Plínio Valério, por sua vez, afirmou que a COP 30 repete o padrão de encontros anteriores, com “discursos idênticos e fracassos cada vez mais evidentes”. O senador destacou que, apesar de o Amazonas ser o maior estado do país e rico em recursos naturais, “58% da população vive abaixo da linha da pobreza”. Para ele, o evento ignora as necessidades reais da região e os investimentos não chegam à população amazônica.
O parlamentar também criticou o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (FTTT), proposto pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, alegando falta de transparência sobre os recursos e pouca atenção à geração de emprego e renda. “Essa gente nos condena a uma pobreza eterna. A Amazônia não salva nada. É muita hipocrisia”, enfatizou.
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