luto na MPB

Morre Jards Macalé, ícone da música brasileira, aos 82 anos

Por Marlyana Lima - Em 17/11/2025 às 7:13 PM

🎬 Com Roteiro E Direção De Rejane Zilles, O Curta Macaléia Está Na Disputa Pelo Prêmio Do Públ

Além de músico, Macalé ampliou seu impacto cultural no cinema brasileiro – Foto: Reprodução/Instagram

O Brasil se despediu nesta segunda-feira (17) do músico, compositor e ator Jards Macalé, que morreu aos 82 anos no Rio de Janeiro. Internado na Barra da Tijuca para tratar um enfisema pulmonar, o artista sofreu uma parada cardíaca após uma cirurgia. A família anunciou a morte nas redes sociais: “Jards Macalé nos deixou hoje. Chegou a acordar de uma cirurgia cantando Meu Nome é Gal, com toda a energia e bom humor que sempre teve”.

Nascido em 3 de março de 1943, na Tijuca, Macalé cresceu imerso na música: os batuques do morro, as vozes de Vicente Celestino e Gilda de Abreu e as valsas e modinhas tocadas pelos pais moldaram sua sensibilidade artística. Em Ipanema, ganhou o apelido que carregou por toda a vida.

Aos poucos, construiu sua trajetória: formou o duo Dois no Balanço, integrou o Conjunto Fantasia de Garoto e estudou com mestres como Guerra Peixe e Turibio Santos. Sua carreira profissional começou em 1965, como guitarrista do Grupo Opinião. Tornou-se diretor musical das primeiras apresentações de Maria Bethânia e teve composições gravadas por Elisete Cardoso e Nara Leão.

Macalé ampliou seu impacto cultural no cinema brasileiro, atuando e compondo para filmes como Amuleto de Ogum, Tenda dos Milagres, Macunaíma, Antonio das Mortes, A Rainha Diaba e Se Segura, Malandro!.

Autor de clássicos como “Vapor Barato”, “Mal Secreto”, “Movimento dos Barcos” e “Hotel Estrela”, teve suas músicas interpretadas por Gal Costa, Maria Bethânia, Clara Nunes e O Rappa, atravessando gerações.

Nos últimos anos, conquistou reconhecimento renovado: Besta Fera foi indicado ao Grammy Latino 2019 e entrou na lista dos 25 melhores álbuns brasileiros daquele ano pela APCA. A instituição também destacou Coração Bifurcado entre os 50 melhores de 2023 e Mascarada: Zé Kéti entre os 50 melhores de 2024.

Figura essencial da música brasileira, Macalé deixa um legado de ousadia, experimentação e autenticidade.

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