aponta FGV

Tarifas dos EUA mudam rota das exportações brasileiras sem afetar saldo total

Por Redação - Em 19/11/2025 às 8:54 AM

Conteiner, Exportações, Balançacomercial Foto Freepik

Nos dez primeiros meses do ano, o volume exportado pelo Brasil foi 4,3% maior que o de igual período de 2024. As importações, por sua vez, subiram 8% FOTO: Freepik

As tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros alteraram o destino das vendas externas do país, mas não provocaram queda no total exportado no curto prazo. A conclusão é do Indicador de Comércio Exterior (Icomex), divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

De acordo com o relatório, embarques para o mercado norte-americano diminuíram de forma significativa, mas foram compensados pelo aumento das vendas para outros parceiros comerciais. Entre agosto e outubro, período analisado, as exportações totais do Brasil cresceram 6,4%, enquanto as destinadas aos Estados Unidos recuaram 24,9%.

O documento destaca que, apesar da retração, o mercado norte-americano permanece estratégico para o país e lembra que os novos acordos firmados pelos EUA podem reduzir a competitividade brasileira em outros destinos, ao ampliar as preferências comerciais de seus parceiros.

Em outubro de 2025, as exportações brasileiras avançaram 9,1% em valor e 11,3% em volume na comparação com o mesmo mês de 2024. Já as importações registraram queda de 0,8% em valor e de 2,5% em volume no mesmo período.

Nos dez primeiros meses do ano, o volume exportado pelo Brasil foi 4,3% maior que o de igual período de 2024. As importações, por sua vez, subiram 8%.

A balança comercial registrou superávit de US$ 7 bilhões em outubro. No acumulado de 2025 até aquele mês, o saldo positivo chegou a US$ 52,4 bilhões, valor inferior aos US$ 62,8 bilhões registrados no mesmo período do ano anterior.

Segundo o Icomex, a redução do superávit é explicada principalmente pela queda no saldo comercial com a China, que passou de US$ 30,4 bilhões em 2024 para US$ 24,9 bilhões em 2025, e pelo aumento do déficit com os Estados Unidos, que saltou de US$ 1,4 bilhão para US$ 6,8 bilhões. O ganho de US$ 9,8 bilhões no comércio com a Argentina — que saiu de déficit para superávit — não foi suficiente para compensar essas perdas.

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